Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Acomissão formada no Conselho de Ética do Senado pararelatar o processo por quebra de decoro do presidente do Senado,Renan Calheiros (PMDB-AL), encaminhou à Mesa Diretora umpedido com novas perícias da Polícia Federal (PF). Ospedidos são uma tentativa de comprovar se o senadortem fundos para o pagamento de uma pensão alimentícia informalpara a jornalista Mônica Veloso, com quem ele teve uma filha.O pedido inclui umarelação de documentos das Secretarias de Agricultura eda Fazenda de Alagoas, onde o parlamentar possui fazendas de gado.Esses documentos servirão de base para as novas períciasa serem realizadas pela PF. O objetivo ésaber se as vendas de gado declaradas por Renan realmente ocorreram.Ao presidente do Senado foram solicitados o livro-caixa, por cadapropriedade rural; talonários de origem das notas fiscais; eficha cadastral do rebanho entre 2003 e 2006, por propriedade rural,referente ao controle do estoque de gado.Segundo o presidente doConselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), o presidentede Senado terá cinco dias para apresentar os novos documentos.“Estamos encaminhando à Mesa Diretora pedido de documentos eperícia ao Instituto Nacional de Criminalística daPolícia Federal”, afirmou, após reunião comcomissão de relatores, composta ainda pelos senadores MarisaSerrano (PSDB-MS), Renato Casagrande (PSB-ES) e Almeida Lima(PMDB-SE).Almeida Lima apresentouvoto divergente dos outros dois relatores. Para ele, não cabeà PF investigar o senador. “Qualquer trabalho de investigação, de produção de prova, envolvendo membro do Congresso Nacional, só com autorização do STF [Supremo Tribunal Federal]”,disse. Segundo ele, é “imprópria” a solicitaçãode perícia à PF.Já RenatoCasagrande disse que o pedido é de colaboraçãotécnica e não se trata de uma investigação.“A Polícia Federal não vai fazer investigação.Vai avaliar documentos. Estamos seguros dos passos que vamos dar”,disse. O pedido de nova perícia seguiu para a Mesa Diretora doSenado, que deve se reunir ainda hoje (12) para discutir o caso.