Luiza Bandeira
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O corte de luz no Palácio dos Esportes, prédio que abriga sedes de diversas federações desportivas no Rio de Janeiro, pode prejudicar crianças pobres que participam de projetos de inclusão social através do esporte. A informação foi dada pelo gestor do prédio e presidente da Associação Brasileira das Confederações Esportivas, Robson Gracie. A luz do prédio, onde ficam as sedes das confederações de esportes olímpicos como esgrima, taekwondo e badminton, foi cortada ontem (10), às vésperas dos Jogos Pan-Americanos. De acordo com a Light, a energia foi cortada porque a conta não é paga desde 2003. Segundo Gracie, há falta de apoio da Prefeitura, que costumava pagar as contas do prédio. A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Esportes informou que foi desaconselhada pela Procuradoria Geral do Município a arcar com os gastos do prédio, porque entidades privadas estariam usufruindo do serviço. Gracie afirmou que, a partir do momento em que as federações não puderem mais funcionar, milhares de crianças ficarão sem aulas. "As vilas olímpicas da Prefeitura estão sob nosso comando técnico, os professores que dão aula nas vilas olímpicas da Prefeitura são ligados às federações. Nós damos assistência a mais de 30 comunidades carentes, e isso vai prejudicar o desenvolvimento, não só esportivo, mas também psicossocial dessas crianças, que têm sob a orientação das federações as suas atividades", explicou. Para ele, o corte de luz é apenas uma parte do descaso com o esporte em geral. Gracie disse que as federações esportivas estaduais não estão recebendo repasse de dinheiro da Lei Agnelo/Piva, que destina 2% do dinheiro arrecadado com loterias esportivas aos comitês Olímpico e Paraolímpico brasileiros. Na opinião de Gracie, os resultados alcançados pelos atletas brasileiros no Pan não serão tão bons quanto poderiam ser, devido a essa falta de apoioao esporte. A assessoria de imprensa do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) informou que a Lei Agnelo/Piva não determina o repasse de dinheiro às confederações esportivas. Mesmo assim, de acordo com a assessoria, cerca de R$ 30 milhões são enviados anualmente para 28 confederações em todo o país. Segundo a assessoria do COB, o dinheiro não é suficiente para ser dividido também com as federações estaduais.