Pesca do tucunaré no Amazonas deverá ser regulamentada ainda neste ano

09/07/2007 - 19h37

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Pescadores quevivem nos municípios e comunidades às margens do médio Rio Negro estão preocupados com a continuidade do decreto estadualnº 22.304, que proíbe a pesca comercial do tucunaré na região que incluios municípios de Barcelos, Santa Izabel e São Gabriel da Cachoeira. Oalerta foi feito pelo presidente da Colônia de Pescadores de Novo Airão, EvandroCordeiro, para quem os pescadores enfrentam dificuldades desde 2001, quando a lei foi sancionada. A assessora de Recursos Pesqueiros daSecretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, Josely Bezerra, informou no entanto que a lei vai atuar na preservação dotucunaré e organização da pesca dessa espécie, de forma sustentável. Em junho, explicou, a Assembléia Legislativa aprovou quatro novasemendas à lei estadual, entre as quais a de fomento aos estudos técnicose científicos que promovam o zoneamento das áreas de pesca, definindoos locais adequados para a exploração comercial e esportiva. "A pesca esportiva é o principal produto turístico do Amazonas. O decreto é um passo para a regulamentação da atividade, que é ao mesmo tempo turística eambiental, com o apoio de institutos de pesquisas e universidades. Nasexta-feira (6) enviamos o documento corrigido ao governo do estadoe agora vamos aguardar a aprovação, ainda neste ano", disse Josely.Com a aprovação da medida, estarão liberadas apenas a pescaesportiva e de subsistência. A pesca de outras espécies, como surubim,pacu, aracu e matrinxã, continua autorizada. Neste ano, a temporada de pesca esportiva no estado começará na segunda quinzena de setembro. O presidente da Colônia de Pescadores de Novo Airão havia argumentado que, em função da lei, as famílias de pescadorestiveram seu universo de trabalho reduzido e prejudicado comercialmente. "Atualmente, em termos práticos, a decisão estadual está sem efeito,mas a qualquer momento o estado vai regulamentar a lei novamente.Estamos pedindo aos deputados do Amazonas um apoio para que a lei nãotraga prejuízos para o ribeirinho, que precisa pescar para se alimentare também para ganhar dinheiro e sustentar sua família. Por conta davigilância do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis], o ribeirinho tem mais medo de encontrar um fiscaldo órgão do que um jacaré no meio do rio", enfatizou Evandro Cordeiro.