Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Urbanista e pesquisadordo Instituto Pólis Kazuo Nakano faz um alerta: os recursospúblicos destinados a melhorias na infra-estrutura urbana "nãodevem estar sujeitos a contingenciamentos, a simplesmente fazersuperávit primário, eles devem ser vistos comoinvestimentos econômicos que têm retorno e reflexo diretona produção de riquezas". Sem aliaras agendas de investimento em urbanização e nodesenvolvimento econômico, lembra o pesquisador, não é possívelque um país faça frente aos desafios que o crescimentoda população urbana traz. Na última semana, o Fundo de População dasNações Unidas (UNFPA)apresentou um relatório que mostra que, em 2008, metade da população mundial vai estar vivendo em áreasurbanas. Nakano diz ser importante que os governos seadiantem a possíveis dificuldades que podem surgir com aaumento da população nas grandes e médiascidades. "As demandas por políticaspúblicas na área habitacional, de saneamento ambientale de mobilidade demandam investimentos públicos que podemmelhorar as condições de vida da maior parte dapopulação urbana, de funcionamento da cidade, ascondições econômicas da populaçãona cidade e com isso promover crescimento econômico, promoveruma maior e melhor produção de riqueza.”O urbanista afirma,ainda, que o tratamento conjunto das agendas urbana e econômicadeve se dar em nível mundial, pois os governosnacionais sozinhos não conseguem fazer frente ao crescimentourbano.“É preciso queessas agências multilaterais que estão voltadas parapromover o crescimento econômico trabalhem também com aagenda urbana numa perspectiva internacional, porque a magnitude dosdesafios que estão sendo colocados hoje pelas grandes cidadesexige uma concentração e uma otimizaçãode recursos para atender a essas demandas que não se encontramsomente na instância nacional, esses recursos se encontram numainstância internacional."