Paraguai estuda outras formas de reduzir desigualdades do Mercosul, além das atuais

28/06/2007 - 1h04

Carolina Pimentel
Enviada especial
Assunção (Paraguai) - O Paraguai deve propor a criação de um grupo para estudar os desequilíbrios econômicos do Mercosul durante a 33ª Reunião do Conselho do Mercado Comum, hoje (28), em Assunção.A informação foi dada pelo ministro das Relações Exteriores do país, Ruben Ramirez Lezcano, em entrevista à imprensa internacional, ontem. Ele disse que o objetivo é preparar um plano para superar as assimetrias até o final do ano, mas não deu detalhes.O desequilíbrio entre os países do bloco é uma reclamação recorrente de Paraguai e Uruguai, as economias menores. Os outros integrantes são Brasil, Argentina e Venezuela – esta última em processo de adesão, ainda não aprovada pelos Parlamentos brasileiro e paraguaio.Atualmente, está em vigor o Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), que aprovou no início do ano projetos para beneficiar Paraguai e Uruguai. Leia ao lado.Na opinião do economista Fernando Masi, do Centro de Análises e Difusão Econômica do Paraguai (Cadep), um organismo independente, a proposta do governo paraguaio deve ser o resultado mais concreto da reunião dos presidentes, amanhã – já que, segundo ele, o bloco “não tem avançado na construção de uma política comum para reduzir as assimetrias” desde 1998."O Mercosul não vai resolver o problema da pobreza no Paraguai, mas deve ser um complemento", afirmou Masi, em entrevista à Agência Brasil.Apesar da criação do Focem com o objetivo de garantir recursos para projetos de desenvolvimento das economias menores, Masi disse que a chamada união aduaneira – quando um produto pode ser comercializado dentro do bloco sem cobrança de imposto de importação – não é uma realidade."Para mim, o Mercosul é uma zona de livre-comércio, onde não há interesse pela diminuição das assimetrias. O bloco não quer enfrentar as desigualdades", disse o analista.Novos projetos do Focem serão discutidos pelos ministros das Relações Exteriores e Economia do Mercosul, que compõem o conselho. Celso Amorim e Guido Mantega representam o Brasil.