Falta "sintonia" entre órgãos da aviação, afirma ex-presidente da Infraero

28/06/2007 - 18h46

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A crise da aviação comercial, nos últimos meses, revelou a dificuldade dos órgãos responsáveis pelo setor aéreo trabalharem de forma coordenada, para o ex-presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), deputado Carlos Wilson (PT-ES). Para ele, falta "sintonia" entre Ministério da Defesa, Comando da Aeronáutica, Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a Infraero."Toda esta balbúrdia passou por gente que não tinha nada a ver com o setor falando sobre tráfego aéreo", disse, durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo, na Câmara dos Deputados. "Faltou uma coordenação, alguém que dissesse de quem era a atribuição".A falta de entrosamento atrapalha principalmente a execução de obras de infra-estrutura nos aeroportos. "No meu tempo à frente da Infraero (2003 a 2006), qualquer obra que fóssemos consultar, nós consultávamos a Aeronáutica e o Departamento de Aviação Civil (DAC)". O DAC era o órgão responsável por regulamentar o setor aéreo até a criação da Anac.De acordo com o deputado, a crise do setor aéreo atrapalhou o início de obras previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Em Vitória e em Goiânia, há obras paradas porque, com essa confusão instalada, com denúncias de todo o tipo, como superfaturamento de obras, as empresas se encolheram".Questionado sobre a desmilitarização do controle de tráfego aéreo, Wilson disse que qualquer mudança precipitada pode agravar ainda mais a atual crise. "No momento, acho que vamos cometer um erro. Temos de amadurecer a idéia".