Gláucia Gomes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Oministro da Saúde, José Gomes Temporão, assinouhoje (28) portaria que aumenta recursos e atualiza os procedimentos da cirurgia bariátrica –de redução de estômago - no Sistema Único deSaúde (SUS). A portaria foi assinada durante encontro do ministro com opresidente da Associação Grupo de Apoio e Combate àObesidade Mórbida, Cristiano dos Santos.
Durante 174 dias, Cristianofez uma caminhada de cerca de 2.700 quilômetros, do RioGrande do Sul a Brasília, para se encontrar com o ministro e fazer reivindicações para os brasileiros que são obesos mórbidos.Ele já pesou 280 quilos, foi operado e, agora, seis anos depois da cirurgia, conseguiu eliminar cerca de 160 quilos.
Entre as reivindicações, estão o aumento do número de cirurgias de reduçãode estômago e intestino pelo SUS; tratamento mais humano e digno paraos obesos já no primeiro atendimento nos postos de saúde eassistência ao paciente no pós-operatório. Cristiano defendeu também a realização da 1ª Conferência de Nacionalde Combate à Obesidade para a criação do PlanoNacional de Combate à Obesidade.
Segundo oministro Temporão, a portaria é uma resposta do governo às solicitações dos pacientesque sofrem com a obesidade mórbida.
“Estamos ampliando o númerode recursos em R$ 5 milhões a mais por ano, vamos credenciarnovos centros, estamos ampliando o número de técnicascirúrgicas e, dentro de 60 dias, vamos dar uma posiçãosobre o acompanhamento pós-operatório, ou seja,atendimento psicoterápico, de exercícios físicose de nutrição para os pacientes que sofrem aintervenção cirúrgica”, disse o ministro.
Vendedorautônomo, Cristiano tem 34 anos e emagreceu 12 quilos nacaminhada até Brasília. Para ele, a cirurgiabariátrica pode ajudar o obeso mórbido, mas é preciso ser acompanhada de uma mudançade atitude do paciente.
“Acirurgia veio para tentar minimizar o problema. Sabemos que a cura daobesidade não existe. E, para o sucesso da cirurgia, ela tem quevir com uma transformação de pensamos e atitudes,porque, se não houver uma transformação de dentropara fora, a cirurgia não é válida. Ela sóvai ser um ponto negativo para os terceiros que presenciam a vidadessas pessoas”, ressaltou.
Deacordo com o Ministério da Saúde, com a nova portaria, devechegar a 6 mil o número de cirurgias bariátricas anuais realizadas peloSUS. No ano passado, foram realizadas mais de 2,5 mil cirurgias. Osrecursos vão passar de R$ 8 milhões para cerca deR$ 20 milhões por ano. Ainda segundo o ministério,atualmente, cerca de 500 mil brasileiros são obesos mórbidos.