Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os cerca de 250 estudantes que ocuparam na tarde de ontem (14) a Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mantêm a ocupação do prédio localizado na Ilha do Fundão, no subúrbio da capital fluminense.Eles protestam contra um decreto do governo federal que instituiu, em abril, o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das  Universidades Federais (Reuni). Segundo o estudante Luiz Santos, membro do Comitê da UFRJ de Luta Contra a Reforma Universitária, a medida fere a autonomia das universidades e não foi discutida com a comunidade acadêmica.

“O governo vem levando esse projeto a toque de caixa, muito rapidamente, sem envolver as universidades. A UFRJ teve que aprovar esse projeto em um mês e não envolveu o conjunto da comunidade universitária nesse processo”, argumentou Santos.Oficialmente, a UFRJ tinha prazo até ontem (14) para se posicionar sobre o Reuni e os estudantes foram até o Conselho Universitário reivindicar que um cronograma de discussão sobre o programa fosse aprovado para o segundo semestre de 2007. Com a negativa do conselho, os alunos decidiram ocupar a reitoria. Cerca de 150 deles dormiram no local. O grupo aguarda uma audiência pública marcada para daqui a pouco, às 13 horas, com representantes da reitoria, já que o reitor, Aloísio Teixeira, está fora do país.“Nós esperamos que eles garantam a implantação desse calendário de discussão a partir do segundo semestre. Esse projeto é muito importante e a universidade não se faz com decreto”, afirmou o líder estudantil.  Durante a audiência com os representantes da reitoria, os estudantes também pretendem reivindicar a volta do restaurante universitário. Segundo Santos, ele não existe há mais de 15 anos. Além disso, devem pedir aumento no valor das bolsas estudantis e ampliação dos alojamentos para alunos.Depois da reunião os estudantes farão uma assembléia para decidir se continuam ou não com a ocupação.