Gláucia Gomes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - No Brasil, a discriminação aos idosos é uma realidade nova e não há uma percepção positiva sobre envelhecimento. A avaliação é de Paulo Roberto Barbosa Ramos, presidente do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso, da Secretaria Especial de Direitos Humanos.
Hoje (15), Dia Mundial da Conscientização da Violênciacontra a Pessoa Idosa, ele afirmou que "o idoso é discriminado no ambiente familiar, no transporte coletivo, nos bancos, em pequenos ou grandes atos – o motorista que não pára no local indicado, o atendimento incorreto no sistema de saúde, nas filas –, e faltam políticas públicas que assegurem dignidade a essa faixa da população".
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que em 2005 havia no país cerca de 18 milhões de pessoas com 60 anos ou mais – ou 10% da população. A cada ano, mais de 600 mil ingressam nessa faixa e a estimativa é que em 2020 o total chegue a 25 milhões.
“Emgeral, a sociedade toma o envelhecimento dentro de uma perspectivanegativa, ou seja, ser velho significa não ter valor algum,significa algo ultrapassado. À medida que a pessoa envelhece, écomo se ela fosse perdendo o valor e perdendodireitos. E a violência decorre também desse imaginário negativo em relaçãoa velhice”, disse Paulo Roberto.
No Ministério da Saúde, aPolítica Nacional de Redução da Morbimortalidadepor Acidentes e Violência aponta que contra os idosos são mais praticados abuso e maus tratos físicos e psicológicos, abuso e violência sexual, abandono,negligência e abuso financeiro e econômico. Em 2004, os acidentes de trânsito ou domésticos foram responsáveis por cerca de 17 mil mortes nessa faixa etária.
O presidente do Conselho lembrou que "os idosos estão numa fase da vida que demanda e exige serviços especializados – há doenças que são características do envelhecimento, eles são os que mais procuram o sistema de saúde, que deve ser devidamente preparado e estruturado para atendê-los".