Diretor do Inpa alerta para falta de recursos no combate aos efeitos das mudanças climáticas

14/06/2007 - 23h18

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - A carência de recursos humanos e financeiros pode estarprejudicando a geração de alternativas científicas capazes de ajudar aAmazônia a combater os impactos negativos das mudanças climáticas. Aafirmação foi feita hoje (14) pelo o diretor do Inpa,Adalberto Val, durante a 24ª Reunião do Conselho Executivo e 14ªReunião da Conferência das Partes do Instituto Interamericano paraPesquisas em Mudanças Globais (IAI). "A Amazônia e o Inpa não têm recursos para responder às questões relacionadas ao clima. Dos nove estadosque compõem a Amazônia, temos atualmente em todas as instituições depesquisas apenas 2,5 mil doutores, enquanto somente o estado de SãoPaulo concentra 30 mil pesquisadores. Historicamente, afastamos a Amazônia do processo de desenvolvimentonacional e, com isso, as instituições periféricas do país se encontramnum processo tímido para responder sobre as demandas por informaçãorelativa à Amazônia", acrescentou.De acordo com Val, os prejuízos causados aos ribeirinhos pelaforte seca que atingiu o Amazonas em 2005 poderia ter sido menor, com os estudos prévios. Já Herbert Schubart, assessor técnico do Ministério da Ciência e Tecnologia, reconheceu a deficiência nos orçamentos dos institutos depesquisa, mas apontou soluções possíveis para a questão. "O primeiro passo para reverter o quadro é saber onde se querir e o que se pode fazer com o dinheiro que se tem. O desconhecimentosobre os planos futuros impede inclusive a mudança dos orçamentos e porisso é preciso haver clareza nos planejamentos", disse. Da reunião e da conferência, até sábado (16), participam também 16 pesquisadores de países como Paraguai, Uruguai, Cuba, México e Estados Unidos. O resultado das discussões será enviado aos dirigentes do IAI e servirá de base para o desenvolvimento de planos e ações nos países das Américas. O Instituto Interamericano para Pesquisas em Mudanças Globaisfoi criado em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre oMeio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro. Atualmente, são 19 países membros e o IAI desenvolve programas de estudomultidisciplinar com a proposta de promover programas que tratem dosproblemas de mudanças globais ambientais e suas conseqúências sociais eeconômicas.