Senador faz papel de promotor ao apresentar relatório paralelo, diz Cafeteira

14/06/2007 - 16h50

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) dissehoje (14) que o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) cumpre seu papel de"promotor", ao decidir apresentar, amanhã (15), um relatório paralelo aoConselho de Ética propondo que o colegiado aprofunde as investigaçõessobre as denúncias de que o presidente do Senado, Renan Calheiros(PMDB-AL), teria contas pessoais pagas por terceiros. Relator da representação do P-SOL que tratadeste assunto, Cafeteira apresentou ao Conselho de Ética parecer peloarquivamento da matéria sob o argumento de falta de provas. A votaçãodo relatório está prevista para amanhã, às 10 horas."O senador Demóstenes Torres, naturalmente,faria isso [apresentar voto em separado]. Ele é promotor público, é afunção dele", afirmou Cafeteira, em entrevista à imprensa. O relatorreafirmou que os documentos analisados não apresentaram qualquerindício contra o presidente do Senado que justifique o aprofundamentodas investigações.Cafeteira ressaltou que deu ao caso tratamento idêntico ao que a Justiça daria a qualquer cidadãoprocessado sem qualquer prova. "Todo cidadão, inclusive parlamentares,tem o direito à presunção da inocência", afirmou o senador. Ele disse que, no quedepender do seu voto, "nenhum dos 80 senadores será cassado, se nãohouver prova que justifique a abertura de um processo".