Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro ocuparam hoje à tarde o prédio da reitoria, na Ilha do Fundão, em protesto contra o Decreto 6.096, do governo federal, que instituiu o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).
Segundo o coordenador geral do Centro Acadêmico de Economia da UFRJ, Alan Mesentier, a ocupação deve durar, “no mínimo”, 24 horas. Como o reitor Aloísio Teixeira está em viagem de trabalho à França, devendo retornar ao Brasil somente na semana que vem, há possibilidade, entretanto, de que a ocupação se estenda pelos próximos dias, afirmou Mesentier, em entrevista à Agência Brasil.
Ele disse que o objetivo da ocupação é “garantir que o Conselho Universitário faça um amplo debate na comunidade da UFRJ para discutir isso [o Reuni]”. Oficialmente, a UFRJ teria prazo até hoje (14) para se adequar ao decreto. Entre as adequações programadas pelo Reuni, Mesentier destacou a construção de um “bacharelado interdisciplinar”. Isso significa que, em três anos, um aluno poderia se tornar bacharel em áreas tecnológicas, por exemplo, explicou Mesentier.
“A gente é contra isso. A gente acha que isso não é bacana, ainda que preserve a estrutura atual dos currículos”. De acordo com Mesentier, os alunos da UFRJ defendem currículos mais interdisciplinares e uma política de ampliação do número de vagas, desde que isso não comprometa a qualidade e a estrutura dos cursos.
Amanhã (15), os estudantes participam de audiência pública negociada nesta quinta-feira com a reitoria da Universidade, para discutir o posicionamento da instituição em relação ao Reuni. Os alunos apresentarão também uma plataforma de reivindicações, que inclui melhoria da assistência estudantil, como o bandejão e ônibus interno, entre outros itens. Mesentier disse que, se os vice-reitores não conseguirem dar um encaminhamento satisfatório à questão do Reuni, os estudantes darão continuidade à ocupação. Segundo ele, o reitor Aloísio Teixeira já está a par do movimento, e a posição da reitoria é de abrir diálogo amanhã.