Copom acena com mais redução dos juros a curto prazo

14/06/2007 - 13h58

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A inflação sob controle e o cenário deestabilidade da economia contribuem para a continuidade do processo deredução gradativa da percepção de riscos e, com isso, criam espaço para“juros reais menores no futuro”. É o que diz a ata da reuniãorealizada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Centralna semana passada, em que se reduziu a taxa básica de juros (Selic) de12,50% para 12% ao ano.O documento, divulgado hoje (14) pelo Banco Central, ressalta acontribuição do setor externo para a consolidação de um “cenáriobenigno” para a inflação, em contraponto com o crescimento do ritmo deexpansão da demanda doméstica, que pode afetar a dinâmica inflacionáriade médio prazo.Os integrantes do Copom destacam que a contribuição domercado externo amplia espaço para que “as taxas de crescimento dademanda agregada e da oferta doméstica se equilibrem”, de modo a nãocomprometer a convergência para a trajetória de metas da inflação,centrada em 4,5%. Como todas as projeções indicam inflação bem abaixodisso, cinco dos sete diretores  optaram por aumentar a calibragem dasreduções anteriores, de 0,25 para 0,50 ponto percentual. Apenas doismantiveram  posição mais conservadora.A ata reafirma o diagnóstico das reuniões anterioresde que, “além de conter as pressões inflacionárias de curto prazo, apolítica monetária tem contribuído para a consolidação de um ambientemacroeconômico favorável em horizontes mais longos”. Portanto, “asperspectivas para a trajetória de inflação permanecem benignas”.O Copom não vê sinais de pressões inflacionárias acurto prazo, embora admita que o aquecimento da demanda interna “podeensejar aumento no repasse de pressões sobre preços no atacado parapreços ao consumidor”. Por isso, o Banco Central prometemanter-se “especialmente vigilante” para evitar que incertezas de curtoprazo se propaguem para horizontes mais longos.Isso será analisado na próxima reunião doCopom, marcada para os dias 17 e 18 de julho. Desde já, os analistasde mercado, consultados pela pesquisa Focus do BC, apostam nacontinuidade de condições favoráveis para a economia e defendem que oCopom repita a dose de meio ponto na redução da Selic.