Marli Moreira e José Carlos Mattedi
Repórteres da Agência Brasil
São Paulo e Brasília - A diretora do Programa Nacional de DST e Aids,Mariângela Simão, reuniu-se hoje (7) com representantesdo laboratório Roche, na capital paulista,para discutir a estratégia de recolhimento do remédioNelfinavir, usado no tratamento da aids. De acordo com ela, dependemdesse medicamento cerca de 9 mil pessoas de um total de 180 mil dospacientes com o vírus HIV, transmissor da doença,cuidados no sistema de saúde, para bloquear o avançodos danos provocados pela Aids no organismo.O Ministério da Saúdedivulgou, hoje, nota em que pede às unidades distribuidoras demedicamentos anti-retrovirais e aos pacientes que, respectivamente,suspendam a distribuição e o uso do Nelfinavir. Com base em informações divulgadaspelo laboratório, cuja sede fica na Suíça, Mariângela Simão informou quea Roche decidiu suspender a circulaçãodo remédio, um inibidor de protease, após reclamaçõessobre impurezas na matéria-prima em dois lotes.“Houvedenúncias em países europeus, incluindo a Espanha, deque o medicamento estava com mau odor”, explicou. O remédioé fabricado no Brasil com a utilização damatéria-prima enviada pela matriz. Os produtos entraram nopaís em 28 de maio e sua distribuição estáno começo, segundo o ministério.“Nós estamos orientando que eles [ospacientes] procurem o serviço médico para fazer asubstituição e também que os serviços desaúde façam a busca ativa dessas pessoas”, disseMariângela Simão. Ela afirmou que existem estoquessuficientes de outras opções para dar continuidade aotratamento até que a situação seja regularizada,e que a expectativa do ministério é de que olaboratório resolva o problema em seis meses.Simão destacou aimportância da procura pelos serviços médicos detratamento, observando que não se deve apenas suspender o usoe sim substituir esse anti-retroviral. “As terapias sãosempre acompanhadas de quatro tipos de medicamento”. Épossível obter mais informações pela páginaeletrônica da AgênciaNacional de Vigilância Sanitária ou pelo telefone0800 772-0292.“Por medida de precaução, estãosendo recolhidos todos os lotes, não apenas no Brasil comotambém em outros países”, disse a diretora doprograma nacional. De acordo com ela, a questão nãoafeta Estados Unidos, Canadá e Japão porque nessasnações são utilizados medicamentos de outraorigem. A diretora do Programa Nacional de DST e Aidsfalou à imprensa logo após ter representado o ministroda Saúde, José Gomes Temporão, em homenagem daAssociação da Parada do Orgulho GLBT ( Gays, Lésbicas,Bissexuais, Travestis e Transexuais). O grupo entregou 15 prêmiosa pessoas e instituições com destaque em açõesde inclusão da comunidade GLBT e promoção dosdireitos humanos. Do total, três foram para açõesdo Ministério da Saúde. É o sétimo ano dapremiação.