Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As manifestaçõesrecentes contra a cúpula do G 8, que termina amanhã (8) em Heiligendamm (Alemanha), tiveram como principal objetivo dizer àcomunidade internacional que o grupo formado pelos sete países mais ricos do mundo mais a Rússia age indevidamente em nome de todosos cidadãos do mundo. A avaliação é de AntônioMartins, um dos fundadores da Associação pela Taxação das Transações Financeiras para Ajuda das Cidadãs e Cidadãos (Attac), que fiscaliza ações dasinstituições comerciais e financeiras mundiais e participou dos protestos.“Muitos movimentos eorganizações sociais do mundo inteiro estãodescontentes com o fato de um número pequeno de paísesse considerar dono do destino da humanidade”, afirmou à Agência Brasil. Eleacrescentou que nos últimos anos, surgiram "organizaçõesinternacionais não democráticas e quecontrolam todas as decisões mundiais", como a OrganizaçãoMundial do Comércio (OMC) e o G 8.“Quem deu direito aoG 8 para representar o conjunto dos cidadãos do mundo? O G 8representa apenas os governos dos países mais ricos do mundo.No entanto, pretende agir em nome da humanidade”, disse.Também participaram dasmanifestações na Alemanha, segundo Martins, outros grupos brasileiros: o Movimento dosTrabalhadores Rurais sem Terra (MST), a Central Única dosTrabalhadores (CUT) e o Instituto Brasileiro de AnálisesSociais e Econômicas (Ibase).Martins enfatizou que oAttac não é contra a globalização, mascontra as desigualdades provocadas por esse processo. “Achamoslegítimo o surgimento de uma esfera multilateral,internacional, uma esfera planetária de poder, mas essa esferatem que ser controlada democraticamente”.