Economista afirma que juros pagos pelo consumidor estão em tendência de queda

07/06/2007 - 10h20

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O economista Roberto Piscitelli afirmou hoje (7), em entrevista à Rádio Nacional, que há uma tendência de redução da taxas de juros ao consumidor por causa da trajetória da taxa básica de juros, a Selic. Ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou a nova Selic em 12%, com redução de 0,5 ponto percentual. “Um reflexo é que as próprias instituições financeiras públicas [Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal] já anunciaram quedas nos juros. Essas quedas não são tão grandes em um curto espaço de tempo, mas é uma sinalização de que a queda na taxa de juros para o consumidor continuará ocorrendo”, disse o economista.Ele salientou, entretanto, que o efeito da redução não será sentido em curto prazo pelo consumidor, principalmente para aqueles que já têm operações de crédito contratadas. Piscitelli destacou também que a taxa de juros real no Brasil ainda é muita elevada.“Infelizmente, temos que reconhecer que a taxa real do Brasil, segundo pesquisa de várias instituições de mercado, são as mais elevados do mundo. A taxa real de juros de 8,3% é quatro vezes maior do que a média mundial”, afirmou.Outros benefícios apontados pelo professor com a redução da Selic são aumento das compras financiadas, maior investimento das empresas e redução do custo da rolagem da dívida pública.“O custo financeiro das empresas, em suas operações de aquisições de ativos, é reduzido. Isso cria a possibilidade de as empresas também repassarem esses ganhos ao nível do consumidor, ou seja, via preços. Além disso, as taxas de juros que eram praticadas no Brasil faziam com que os investimentos em geral se tornassem muito pouco atraentes, ou seja, se fazia necessário ter uma taxa de lucro muito elevada para justificar o investimento”, explicou.No caso das finanças públicas, segundo o professor, sobra mais dinheiro para investimentos em infra-estrutura, já que com a redução da Selic, o governo passa a pagar menos juros pela dívida pública.