Grupo de trabalho interministerial vai discutir melhora de prisão para mulheres

02/06/2007 - 17h11

Clara Mousinho
Da Agência Brasil
Brasília - Nove mil mulheres vivem nas prisões do país. O número corresponde a apenas 4% da população carcerária brasileira, mas a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres está preocupada com o grau de diferença entre a situação delas e dos presidiários homens. "Depois que elas vão para carceragem elas são abandonadas pela família, pelos companheiros", alerta a subsecretaria de Articulação Institucional da secretaria, Elisabete Pereira."Com os homens é diferente. Quando eles são presos as mulheres dão toda assistência, visitam e ainda cuidam da família que fica do lado de fora", afirma, em entrevista ao programa Cotidiano da Rádio Nacional AM. A subsecretaria também reclama da falta de condições básicas de sobrevivência dentro dos presídios femininos. Segundo Elisabete, essa situação afeta a feminilidade e a auto-estima da detenta.Elisabete disse que um grupo de trabalho interministerial vai debater uma série de fatores relacionados às presidiárias durante 90 dias. "O grupo de trabalho vai discutir desde a reforma dos presídios até a parte educacional e a situação dos bebês. Nós pretendemos fazer um trabalho que englobe todas as necessidades do ser humano. Para quando terminar a pena ela sair e ser integrada à sociedade e não retornar a criminalidade".De acordo com a subsecretaria, os trabalhos do grupo devem começar em aproximadamente 10 dias, depois que cada secretaria e ministério nomear os representantes. A Secretaria vai coordenar o grupo interministerial que vai elaborar propostas de reforma do sistema prisional feminino. Também participarão representantes da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, da Secretaria Nacional Antidrogas, da Secretaria Nacional da Juventude, do Ministério da Justiça, do Trabalho, Saúde, Educação, Desenvolvimento Social, Cultura e dos Esportes.