Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O senador JeffersonPéres (PDT-AM) defendeu hoje (29) o afastamento temporário,por três meses, do presidente do Se3nado, Renan Calheiros, paraevitar qualquer suspeita de interferência na apuraçãopelo Conselho de Ética das denúncias de que teriacontas pessoais pagas por um funcionário da empreiteira MendesJúnior. "Mesmo que nãohaja no Regimento Interno a figura da licença do presidente daCasa, então que ele pedisse como senador para que nãofique a suspeita, amanhã, de ter influenciado a investigação",defendeu. O pedetista disse que opedido de afastamento evitaria "constrangimentos" àCasa e "deixaria todos os senadores à vontade". Deacordo com o senador, existem "lacunas" na defesa de RenanCalheiros apresentada ontem (28) em plenário, para rebater asdenúncias publicadas pela revista Veja. Entre elas, citou aescolha de um funcionário da Mendes Júnior, CláudioGontijo, para efetuar o pagamento de despesas que eram de caráterpessoal. A medida não écompartilhada por outros senadores. O corregedor-geral do Senado,Romeu Tuma (DEM-SP), disse que “é uma questão muitopessoal do presidente (Renan Calheiros). Ele não fugiráda necessidade da oitiva, da investigação. Ele mesmopediu, no início do depoimento, que quer toda a investigaçãoa respeito". O líder do PSB,Renato Casagrande (ES), considera que cabe a quem fez as acusaçõesa Calheiros apresentar as provas. Neste caso, segundo Casagrande, àrevista Veja e à jornalista Mônica Veloso, que recebeuma pensão para a filha de um relacionamento com o senadoralagoano. "O presidente Renan Calheiros apresentou ascomprovações de seus rendimentos", afirmou. A líder do blocogovernista (PT-PSB-PCdoB-PR-PTB), Ideli Salvati, concorda com osenador Casagrande. Segundo ela, não foi apresentada qualquerprova das acusações feitas contra o presidente doSenado. As mesmas argumentações foram feitas peloslíderes do PSDB, Arthur Virgílio Neto (AM), e do DEM,José Agripino Maia.