Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O ministro doPlanejamento, Paulo Bernardo, afirmou hoje (29) que energia éum problema grave que impede o crescimento do país, masgarantiu que o governo está trabalhando para resolver aquestão. O ministro respondeu declaração dopresidente da Companhia Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, que afirmouem um debate que até o ano de 2013 a empresa não terádisponibilidade energética para novos investimentos. “Temos que resolverhoje a demanda de energia dos próximos oito, dez anos, porquede fato o crescimento tende a nos colocar em xeque nesse período,ou até antes disso. O governo também tem essa visãoe está trabalhando para resolver isso nesse período”,afirmou Bernardo, depois de participar do 3o FórumGlobo News - O Tamanho do Estado e os Caminhos do Desenvolvimento.Paulo Bernardoressaltou que existe um número grande de usinas hidrelétricasem construção, mesmo que sejam unidades menores, maslembrou que é preciso criar um debate sobre como aproveitartodas as possíveis fontes de energia. “Quer dizer,diversificar nossa matriz. A Petrobras jáestá fazendo isso na área do gás, e o governovai ter que decidir em algum momento o que fazer na áreanuclear e acelerar esse processo das hidrelétricas, disse oministro.Paulo Bernardo afirmouque o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foielaborado também para atender as necessidades desse setor(energia) e que dos R$ 504 bilhões previstos para o programa,R$ 274 bilhões são destinados para a áreaenergética. O ministro disse aindanão acreditar que a Companhia Vale do Rio Doce esteja deixandode investir por falta de energia. “Vocês viram as aquisiçõesque a Vale está fazendo, o volume de investimento?”,questionou. O ministro doPlanejamento descartou a possibilidade de um apagão energéticopara os próximos quatro anos. “Nós temos quetrabalhar para afastar essa possibilidade, mas isso tem que ser umtrabalho permanente. Não estamos descuidando disso, masprecisamos permanecer alertas”.Na avaliaçãodo ministro, a situação energética atual nãoindica impossibilidade de alcançar a meta de crescimento de4,5%, mas aponta que é preciso ter mais energia para os anossubseqüentes. “Até 2011 não temos problemas.Precisamos construir a energia extra para ser consumida naseqüência”. O ministro doPlanejamento ressaltou que o ambiente econômico éfavorável, e que o país está a um passo dealcançar nível de investimento que pode significar umaumento de investimentos externos no país. “Tenho certeza deque representantes de empresas brasileiras importantes estãode olho nisso, porque ao mesmo tempo temos que estimular que venhaminvestimentos de fora, mas é importante que o empresariadonacional faça seus investimentos também para nãoperder espaço”.