Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A ministra do Turismo, Marta Suplicy, anunciou hoje (29) que o crédito consignado para financiar viagens para aposentados estará disponível inicialmente em São Paulo e Brasília. O lançamento do programa será em agosto. Segundo Marta Suplicy, a escolha de São Paulo foi motivada pelo fato de o estado concentrar a maior parte da população idosa do país, de cerca de 16 milhões de pessoas. Já a capital federal foi escolhida em atendimento à política do Ministério do Turismo de procurar promover a descentralização da atividade turística no país, argumentou a ministro. “No caso específico de Brasília, a idéia é procurar atingir rotas turísticas alternativas existentes em outras regiões do país, principalmente no Centro-Oeste e no Nordeste. Isto vai gerar renda e diminuir as desigualdades ainda hoje existentes”, explicou a ministra.Os preços dos pacotes, prevê a ministra, deverão chegar a R$ 40 mensais. “É nossa obrigação ver a possibilidade desse mercado gigantesco [aposentados] poder consumir turismo. Serão pacotes com prestações descontadas em folha, e nós vamos concorrer é com o celular”.O programa será operado pela Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. "Além do valor baixo das prestações, os juros também serão baixíssimos. Nós já havíamos conseguido em torno de 1,3% ao mês e agora poderemos baixar para menos de 1%”, revelou. A ministra disse que o Rio de Janeiro e Belo Horizonte devem ser incluídos no programa ainda este ano. Quanto ao restante do país, disse que não há uma previsão.“Esta extensão do crédito consignado para viagens dos aposentados ainda depende da possibilidade de utilização de recursos do FAT [Fundo de Amparo ao Trabalhador], e eu não sei se terei estes recursos”, explicou. A ministra voltou a defender a desoneração do setor hoteleiro como forma de reduzir o impacto da queda do dólar e possibilitar a oferta de pacotes turísticos mais competitivos. A adiantou que já está agendando um encontro com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para discutir o assunto. Ela defende a isenção fiscal para a aquisição de bens e serviços, nos moldes da existente para a aquisição de máquinas e equipamentos para o setor industrial, e à semelhança da que vem sendo dada pelo governo para os setores exportadores mais afetados com a valorização do real."É uma desoneração que eu acho justa. O turismo já é o quinto item da nossa pauta de exportação, concorrendo com a indústria automobilística. Então nossa proposta é de que haja esta desoneração para que o setor possa adquirir bens como cama, geladeira e aparelho de ar condicionado a preços melhores”. A ministra informou ainda que se encontrará com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, para discutir o assunto.O setor de turismo, segundo a ministra, emprega hoje cerca de dois milhões de trabalhadores formais e outros seis milhões informais.