Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A distância entre o Nordeste e o Sudeste em termos sociais caiu 17% de 1995 a 2005, aponta o Índice de Desenvolvimento Social do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (IDS-BNDES) divulgado hoje (24). Do indicador social de 0,13, o Nordeste evoluiu para 0,30 e o Sudeste registrou alta de 0,65 para 0,74 – a distância foi reduzida em 17%.
Dos três componentes do IDS – saúde, educação e renda –, educação foi o que registrou a maior taxa de crescimento global no período: passou de 0,34 para 0,51. "A situação melhorou, mas ainda há um caminho a ser vencido", segundo o economista Francisco Rocha Ferreira, da Secretaria de Assuntos Econômicos do BNDES, responsável pelo IDS.
Ele lembrou que a média de anos de estudo da população aumentou de 5,7 anos para 7,4 anos, "e isso ocorreu de forma mais ou menos generalizada". Esse dado, acrescentou, tem implicações sobre a produtividade e a qualidade do trabalho.
Já a saúde foi o segundo indicador que mais evoluiu, passando de 0,48 para 0,64, embora, segundo o IDS-BNDES, o saneamento básico ainda impeça a ampliação do desenvolvimento social no país. Ferreira citou que em alguns estados da região Nordeste a cobertura de esgoto era de apenas 5,2% em 2005, contra 89% em São Paulo.
O indicador de educação quase quadruplicou nessa região – subiu de 0,08 para 0,30. Em termos de saúde, enquanto as regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste cresceram em linha ao longo dos últimos dez anos, o Nordeste supera o Norte devido ao aumento na cobertura de abastecimento de água. O peso do Distrito Federal e o desenvolvimento da agroindústria justificam o salto do Centro-Oeste em termos de renda per capita no período pesquisado. “O rendimento real subiu 21%, num contexto em que o rendimento no Brasil quase não se moveu”, segundo o economista. Ele acrescentou que as regiões Sul e Centro-Oeste convergiram em termos de renda com o Sudeste, mas o Norte foi a única região que registrou, em 2005, média inferior à de 1995.