Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O ministro dos Portos, Pedro Brito, reúne-se na próxima quinta-feira (31) com os principais usuários do Porto de Santos e autoridades de governo que operam no local, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Policia Federal (PF), Receita Federal e o Ministério da Agricultura. O anúncio foi feito hoje (24), após encontro com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. O objetivo, segundo o ministro, será criar uma agenda de medidas de impacto para quebrar os entraves que emperram o desenvolvimento do terminal.A idéia da reunião da semana que vem é ter um único atendimento para diminuir os custos e a burocracia. Ontem (23), Brito esteve em Santos para identificar os principais gargalos do porto."O primeiro embate são os acessos terrestres rodoviários ou ferroviários, que precisam ser imediatamente atacados. Outras questão são as avenidas perimetrais, que precisam avançar rapidamente para poder dar vazão aos caminhões que chegam e saem do porto”.A dragagem é mais um ponto a ser atacado pelo governo. Segundo Brito, a determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é mudar a concepção de dragagem tanto de aprofundamento quanto de manutenção, fazendo uma concessão que opere por um período de cinco anos, prorrogáveis por outros cinco."Com isso, o governo quer baratear os custos e dar mais rapidez ao serviço de dragagem, além de abrir o mercado”, disse o ministro.De acordo com ele, com a criação do ministério, o governo definiu uma nova concepção de gestão portuária. Por ser o maior da América Latina, o Porto de Santos será o primeiro a ter a atenção do governo. "As medidas cabem em todos os outros portos do país. Tudo o que fizermos de sucesso no Porto de Santos terá reflexo positivo nos demais portos do país. Por isso, nosso foco neste início de trabalho será o Porto de Santos”.Atualmente o terminal tem um déficit de cerca de R$ 800 milhões. Brito disse que a intenção é mudar esse quadro "rapidamente". Na avaliação dele, o Porto de Santos é um centro de negócios que precisa ser lucrativo e, para isso, depende de uma gestão profissional moderna. “Além de ser lucrativo, ele precisa ter mais valia para a economia como um todo. Os portos, de maneira geral, têm que ser vistos como centro de negócios e como instrumento importante de desenvolvimento econômico”.No final desta tarde, o ministro deve se encontrar com o governador de São Paulo, José Serra, para discutir o assunto. “O que o governador defende é o mesmo que defendemos: que o Porto de Santos tenha uma gestão competente e profissional”. Brito afirmou que discorda de uma eventual estadualização do porto. E aposta em uma gestão focada no reaparelhamento do porto para melhorar as condições de atendimento, reduzir preços, filas e tempo de espera dos navios. “Enfim, dando mais produtividade e mais competição às nossas mercadorias, resolveremos os problemas não só do Porto de Santos, mas de todos os portos brasileiros”.