Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Militares do Comando daAmazônia chegaram na hoje (24) àhidrelétrica de Tucuruí (PA) para tentarnegociar a saída de manifestantes de movimentos sociais do prédio da hidrelétrica.O Exército e agentes da Polícia Federal foram enviadosao local a pedido do presidente Luiz Inácio da Silva.Desde a últimaquarta-feira, militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), oMovimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), a Via Campesinaentre outros ocupam a sala de controle da hidrelétrica.Segundo a coordenadorado MAB, Elvanise Furtado, o Exército chegou à hidrelétricacom uma ordem de despejo, mas disposto a conversar com osmanifestantes, o que resultou num acordo.Paradesocupar o prédio os movimentos sociais querem uma reuniãocom a Casa Civil, Ministérios de Minas e Energia e da Educaçãoentre outros órgãos do governo. Os comandantes do Exército articularaim a possibilidade de represententes de órgãos do governo se reunir com os manifestantes no Pará A líder garantiu que, se os militares chegarem com a notícia de que há uma reunião marcada, os manifestantes desocupam a sala de comando e vão para a portaria principal da barragem."Não vamos nos desmobilizar. Nossa saída do prédiode forma pacífica vai se dar de acordo com o andamento dasnegociações". De acordo com Elvanise,200 pessoas ocupam o prédio da hidrelétrica e metade delas está na sala de controle. Os manifestantes negaram que pretendam interromper o fornecimento de energia na região.Os movimentos sociais querem aimplementação de projetos de desenvolvimento paraatingidos por barragens, educação de qualidade nocampo, melhor atendimento de saúde pública, construçãode poços artesianos, instalação de telefonespúblicos em zonas rurais e mudanças na políticaeconômica do governo. Há tambémreivindicações relacionadas à energia elétrica,como redução dos preços e instalaçãode rede elétrica para populações que vivem àsmargens das barragens.