Estudantes só aceitam negociar desocupação com universidade

24/05/2007 - 6h41

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Os estudantes que ocupam o prédio dareitoria da Universidade de São Paulo desde o último dia 3 voltaram aafirmar que não vão negociar com a Polícia Militar a desocupação doedifício. Segundo os estudantes, a permanência ou não no prédio somenteserá discutida com a reitoria da universidade. Eles afirmam que anegociação com a polícia feriria a autonomia da instituição.Segundo o aluno André Ruan Francisco, que faz partedo comitê de imprensa da ocupação, a polícia não convidou os estudantespara qualquer reunião. Mas se o fizer, os estudantes, diz ele, nãodeverão aceitar abrir uma negociação de desocupação com a PM. “Nósvamos bater nessa tecla, nós não vamos negociar com a PM, pois issofere a autonomia da universidade”.Na terça-feira (22), o comandante da tropa de choque da PMde São Paulo, coronel Joviano Conceição Lima, disse que chamaria umareunião com estudantes, imprensa, entidades defensoras de direitoshumanos, representantes da Assembléia Legislativa paulista, da Ordemdos Advogados do Brasil (OAB), entre outros, para tentar umadesocupação negociada do prédio da reitoria.Ontem, professores da USP, que iniciaram greve,pediram que a polícia se afastasse das negociações com os alunos.  “Nósrepudiamos qualquer tentativa da PM de tentar pautar o movimento, que éum movimento cívico, que questiona o não atendimento de reivindicaçõesmuito justas e que deve ser resolvido no âmbito da negociação e noâmbito da própria universidade. Isso é uma das prerrogativas daautonomia universitária, por isso nós somos veementemente contrários aque isso se resolva por meio de força”, disse o presidente daAssociação dos Docentes da USP, César Augusto Minto.O Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de SãoPaulo (Sintusp) entrou na Justiça, nessa  quarta-feira (23), comuma petição de sustação da liminar de reintegração de posse do prédioda reitoria, ocupada por estudantes desde o último dia3. O juiz deve julgar o recurso até as 16 horas de hoje. O sindicato pede que o juiz suspenda a liminar dereintegração de posse, expedida no último dia 16, por dez dias, até queas partes envolvidas cheguem a um acordo amigável.