Controle aéreo é prejudicado pela falta de estrutura dos aeroportos, diz presidente da associação de controladores

24/05/2007 - 15h16

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O controle do espaço aéreo brasileiro é prejudicado também por estruturas dos aeroportos brasileiros, disse hoje (24) o presidente da Associação Brasileira dos Controladores de Tráfego Aéreo, sargento Wellington Rodrigues, em depoimento  na Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado que investiga o setor aéreo. “Não adianta cobrir todo espaço, se não consigo pousar”, afirmou. Ele alertou que as obras na pista principal do aeroporto internacional de Congonhas, em São Paulo, afetam a segurança e vôo, uma vez que em alguns casos os aviões ficam voando em sistema de “prateleira” aguardando autorização para pousar. Rodrigues explicou que com as obras, o aeroporto de São Paulo tem disponível apenas uma pista auxiliar de pouso. Segundo ele, uma das maiores demandas dos controladores é a desconcentração de vôos em Guarulhos e Congonhas. “Se tiver problemas em Congonhas, o resto das escalas serão comprometidas”, disse.  “Precisamos urgentemente descongestionar Congonhas”, defendeu.O presidente da Associação Brasileira dos Controladores de Tráfego Aéreo voltou a defender a desmilitarização do setor – que hoje tem civis e militares. “Hoje, somos militares. Queremos nos tornar controladores”, disse. Rodrigues, que é lotado no Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo de Brasília (Cindacta 1), voltou a repetir depoimento prestado à Comissão  Parlamentar de Inquérito do Apagão Aéreo na Câmara e ressaltou que os controladores trabalham sob pressão.E lembrou do acidente da Gol em setembro do ano passado, quando 154 pessoas morreram. “Nesse dia, o maior pesadelo dos controladores virou realidade”, contou. Segundo ele, antes mesmo do acidente foram feitos alertas sobre segurança do espaço aéreo.