Controlador diz à CPI que não sabe detalhes de risco de colisão de aeronaves há duas semanas

22/05/2007 - 18h50

José Carlos Mattedi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Crise Aérea na tarde de hoje (22), na Câmara dos Deputados, o presidente da Associação Brasileira dos Controladores de Tráfego Aéreo, sargento Wellington Rodrigues, revelou que foi informado que “quase houve um acidente aéreo” envolvendo dois aviões comerciais nas proximidades de Brasília, há cerca de duas semanas.“A informação que tenho é que passaram bem próximos, e um deles seria um Air Bus. A outra aeronave, não sei dizer”, disse o sargento, que é lotado no Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 1), de Brasília, ao responder a uma pergunta do deputado Vic Pires Franco (DEM-PA), se confirmava ou não as informações que ele (deputado) tinha obtido junto a fontes na Aeronáutica.Rodrigues disse que não tinha mais detalhes sobre os riscos da colisão. Mas concordou com Vic Pires que, caso se verificasse o acidente, este seria de maiores proporções em relação ao do vôo 1907, quando um avião da Gol colidiu com um Legacy, da Excel Air, no dia 29 de setembro do ano passado matando 154 pessoas. Segundo o sargento, maiores detalhes sobre o caso a CPI deveria buscar no Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipe), da Aeronáutica.A CPI pretende investigar o caso, e vai convocar para depor o controlador que estava monitorando o vôo das duas aeronaves, na ocasião.O presidente da associação salientou que os funcionários do Cindacta 1 trabalham sobre pressão, devido a sobrecarga de serviço e, principalmente, a falta de condições de trabalho por causa da precariedade dos equipamentos e de uma  falta de reestruturação no setor.  “Podem dobrar o número de controladores para dois mil, que os problemas vão continuar. Há falta de equipamentos e de modernização na área. Temos que reestruturar o espaço aéreo brasileiro. Nos Estados Unidos são 22 centros de controle, já no Brasil são apenas quatro para dar conta de todo território nacional”, alertou.Rodrigues, no entanto, não quis confirmar se a situação do tráfego aéreo brasileiro proporcionava riscos de acidentes. “Existem fatores que estressam controladores e pilotos, mas não sou alarmista e dizer que há riscos”.