Projeto para os Jogos Pan-Americanos poderá ser a virada na política de segurança do país, diz Lula

15/05/2007 - 14h59

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O estado do Rio de Janeiro vai testar, durante osJogos Pan-Americanos, um projeto que poderá ser o início“de uma virada na política de segurança pública do país”, segundo avaliação do presidente LuizInácio Lula da Silva, ao falar sobre o tema durante entrevistacoletiva hoje (15) no Palácio do Planalto. Sem detalhar o novoplano, Lula disse que a experiência poderá continuar noestado após o término dos jogos, e se referiu aoprojeto como “possivelmente a mais importante experiência naárea de segurança pública”. O presidente Lula informou que até o finaldeste mês receberá do ministro da Justiça, TarsoGenro, as diretrizes para um novo programa de segurançapública, cujo sucesso, segundo ele, vai depender da parceriaentre os governos federal e estaduais.Lula reafirmou que asmedidas para reduzir a violência passam por açõesna área social. Segundo ele, um dos principais focos deve sero jovem que não estuda nem trabalha. “É um conjuntode coisas que nós temos que fazer, e o primeiro deles étentar recuperar a juventude brasileira, recuperar sobretudo aqueleestoque que está aí, que é resultado de todaspolíticas dos anos 80, um estoque de jovens de 24 anos, de 20anos, que estão sem estudar e estão desempregados, éum estoque muito grande”, disse. Segundo o presidente,atualmente mais de 900 mil jovens recebem auxílio ou ajuda decusto para que voltem a estudar, por meio de iniciativas como oPrograma Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem), oConsórcio Social da Juventude, o Programa Soldado Cidadãoe o Escola de Fábrica. O presidente Lula tambémcitou a desagregação familiar como fator que temreflexos na área de segurança pública. “Tenhoconsciência, e foi um dos assuntos que eu conversei com o Papa,que nós vamos precisar não apenas discutir a questãoda juventude, mas discutir também a questão da famíliabrasileira, porque eu acho que há um processo de desagregaçãoda estrutura social a partir da desagregação daestrutura familiar em muitos lugares nesse país”.OPrograma de Aceleração do Crescimento (PAC) éuma forma do Estado estar presente nas regiões mais carentesdo país, o que também pode ter reflexos positivos naredução da criminalidade, de acordo com o presidente.Ele destacou que as regiões metropolitanas, “consideradasmais nervosas do país”, terão prioridade para receberos R$ 40 bilhões que o PAC destina a saneamento básicoe urbanização de favelas."Quando o Estado desaparece, o crimeorganizado aparece, o narcotráfico aparece, oferecendo coisasque o Estado brasileiro poderia oferecer", disse o presidente.