Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Em resposta ao ministro do Planejamento, PauloBernardo, que defendeu hoje (15) no Fórum Nacional de AltosEstudos a formação de um “corinho” para que o BancoCentral baixe os juros diante do cenário favorável daeconomia, o presidente da instituição, HenriqueMeirelles, disse que o pedido é um desejo de todos, e afirmou:“E isto está se concretizando”.
De acordo com Meirelles, os jurosobservados hoje na economia brasileira são os mais baixos dahistória recente do país. “A Selic (taxa básica)está em um nível que é o menor desde que ela foiinstituída. A taxa de juros real no mercado a termo, que éum indicador importante para a economia, está em seu nívelmais baixo desde que a série começou a ser medida.Portanto, o importante é que nós persistamos napolítica de manter a inflação na meta e demanter todos os demais indicadores na direção correta”,disse.
A taxa Selic está atualmenteem 12,5% ao ano.
O presidente do Banco Central disseestar convicto de que todos os indicadores econômicos,incluindo o balanço de pagamentos, a acumulaçãode reservas, a relação dívida-Produto InternoBruto (que é a soma das riquezas produzidas no país)),são favoráveis. E incluiu nesse rol a evoluçãoda taxa de juros real de mercado de longo prazo.
Meirelles não confirmou se ocâmbio estaria tendo um peso cada vez maior nas decisõesdo Comitê de Política Monetária (Copom).Esclareceu apenas que as decisões do Copom se baseiam emfatores que são incorporados em modelos macro-econométricos.Mas, segundo ele, esses modelos não prevalecem necessariamentesobre as decisões com análise qualitativa dos membrosdo comitê.
“O fato concreto é que nãoé um ou outro ponto. Todos os fatores econômicosrelevantes são levados em consideração pelosmembros do Copom. O peso do câmbio já tem sido objeto dediversas análises e isso é expresso nas projeçõesde inflação que estão nos relatórios doBanco Central”, disse.
Meirelles explicou que o peso docâmbio depende do momento e da estrutura de cada modelo. Elereiterou que o BC não comenta a todo momento cada um dosfatores. “O importante é que o Brasil está indo nadireção certa”, assegurou.
Segundo Meirelles, o Brasil tem umbalanço de pagamentos favorável, a balançacomercial tem mostrado superávits importantes, as exportaçõestambém continuam evoluindo de forma positiva, da mesma formaque as reservas, e o risco país se mantém em queda. “Emresumo, está dando certo”, disse o presidente do BancoCentral.