Lula adverte para não confundir desastre da Gol com crise no setor aéreo

15/05/2007 - 13h40

Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silvadisse hoje (15) que não se pode atribuir a crise no setoraéreo ao acidente da Gol, em setembro do ano passado."Não vamos confundir o acidente doavião da Gol com o Legacy com o problema dos aeroportos atéporque eles se chocaram no ar. Vamos só ver o que aconteceu.Eu não tenho ainda o resultado final da investigação.Nessas coisas penso que a gente não deve ficar adivinhando oque aconteceu".De acordo com Lula, várias questõesrelacionados ao setor aéreo ocorreram para se chegar àcrise no setor. "Houve um conjunto de coisas que foram criandoum problemão de uma magnitude quase que incontrolável”.Lula lembrou que, por conta do acidente, houveacusações de vários lados. “Depois dessasacusações, o resultado foi que houve insatisfaçãono setor de controladores, no setor de manutenção, e nóscomeçamos a ter problemas nos aeroportos brasileiros aindanão ligados à [necessidade de] obras, mas ligados pura e simplesmente aos sistemas decontrole aéreo”.Para o presidente, além do acidente épreciso levar em conta a crise da Varig. “A Varig que era a maiorempresa brasileira deixou de existir e os aeroportos brasileirosficaram quase “órfãos” de uma empresa da magnitudeda Varig, aqui e fora [do país]”.Lula citou o aumento do número depassageiros, da ordem de ordem de 20% ao ano, por conta do incrementodo turismo, e a questão do overbooking(venda de passagens acima da capacidade dos aviões) da Tam noano passado, como outros fatores que levaram ao grande movimento dos aeroportos. Segundo ele, o governo está com obrascontratadas em quase todos os aeroportos brasileiros. “Vamoscontinuar reformando os aeroportos brasileiros. No final do mêsvou reinaugurar o aeroporto de Santos Dummond e estamos fazendo obrasem todos os estados brasileiros e vamos continuar fazendo”.Ao ser perguntado se houve alguma falha gerencialdurante o seu primeiro mandato, por ele não ter sido informadosobre a crise, Lula disse que caberá à históriajulgar. "Quando há julgamentos precipitados a gente criaconfusão desnecessária".