Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Ascondições macroeconômicas favoráveis – com juros einflação em queda e o dólar estável – levaram as vendas do comérciovarejista a fechar o período de janeiro a março deste ano com expansão de9,7% nas vendas. Segundo o economista Reinaldo Pereira, responsável pela Pesquisa Mensal do Comércio divulgada hoje (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é o melhor primeiro trimestre desde o início da série histórica dapesquisa, em 2001. O resultado supera, inclusive, os 7,4% relativos à expansão das vendas noprimeiro trimestre de 2004.Mesmoressaltando o fato de o IBGE evitar fazer previsões, o economistaadmitiu que, mantida a atual conjuntura favorável da economia, as vendas docomércio varejista deverão superar o crescimento acumulado de 6,2%verificado em 2006, na série sem ajuste sazonal."Naverdade o IBGE está preocupado em produzir números. Mas os números da Pesquisa Mensal do Comércioapontam essa possibilidade. Então, se nada mudar, este ano poderá ser melhor que o anterior", disse Pereira. O comportamento do comércio, acrescentou, vem refletindo uma combinação favorável ao consumo das famílias: queda da inflação e,conseqüentemente, o crescimento do salário real, aliados a uma maiorestabilidade no emprego.“Oresultado de março, com crescimento de 11,5% nas vendas em relação a março do anopassado e de 9,7% no acumulado do 1o trimestre, foi influenciadopelas condições favoráveis da economia – juros em queda,inflação convergindo para a meta fixada pelo governo e câmbio e empregoestabilizados”, afirmou. Na avaliação do economista, inflaçãoem queda significa ganho real e aumento do rendimento médio do trabalhador e os juros em queda propiciam uma oferta de crédito a taxas melhores para oconsumidor. Ele destacou, além a influência exercida pelo segmento de hipermercados (crescimento de 9,3% em março), o comportamento de setores como móveis e eletrodomésticos: "Isso indica que, além degarantir a alimentação, as famílias estão direcionandogastos para produtos que não são de primeira necessidade", analisou.