Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Na véspera de terminar o prazo judicial para deixarem o acampamento João Cândido, em Itapecerica da Serra (Grande São Paulo), as mais de 3 mil famílias de sem-teto que estão há quase dois meses no local realizarão às 10 horas um ato público com o objetivo de reivindicar acesso à moradias provisórias. A manifestação deverá contar com a presença de parlamentares do PT, intelectuais e líderes religiosos entre os quais o bispo D. Pedro Luiz, coordenador da Pastoral Social. Os sem-teto se instalaram em um terreno de propriedade particular no dia 16 de março, no bairro de Valo Velho, onde montaram barracas de lonas de plástico. A intenção era a de convencer as autoridades da área habitacional das três esferas de governo (municipal, estadual e federal) a negociar a compra do lote e nele erguer uma área residencial para todos os inscritos do acampamento. Isso não aconteceu, mas “conseguimos avançar bastante rumo à solução definitiva para o problema”, informou Guilherme Boulos, coordenador estadual do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). Segundo Boulos, um acordo firmado entre a Caixa Econômica Federal (CEF) e a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) permitirá que essas famílias obtenham a casa própria, mas em outros locais ainda não escolhidos. Há uma lista em estudo. O problema, adverte ele, é como abrigar essas famílias até que as moradias sejam construídas. O líder do MTST disse ainda que o grupo não pretende resistir a uma eventual retirada, em caso de cumprimento da ordem de despejo.