Dirigentes sindicais discutem em São Paulo a fusão de três centrais

05/05/2007 - 18h32

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Dirigentes sindicais discutem neste final de semana os princípios básicos de criação de uma nova central, a União Geral dos Trabalhadores (UGT), que surgiria da fusão de três das sete centrais existentes no país: a Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), a Social Democracia Sindical (SDS) e a Central autônoma dos Trabalhadores (CAT). As articulações para a fundação da UGT contam com o apoio dos Sindicatos dos Comerciários de São Paulo e dos Padeiros, ambos dissidentes da Força Sindical.De acordo com o presidente da CGT, Antonio Carlos dos Reis Salim, nesse encontro estão sendo discutidos detalhes como a formação do estatuto, definição de cargos e outros pontos necessários a essa união sindical. A expectativa, informou, é a de dobrar o número de filiados. Atualmente, acrescentou, a CGT conta com cerca de mil filiados. Dados do Sindicato dos Comerciários indicam a previsão de atingir uma base de representatividade superior a 8 milhões de trabalhadores. A nova entidade deverá ser oficializada durante congresso da categoria, marcado para os dias 19, 20 e 21 de julho, no Palácio de Convenções do Anhembi. A fusão, segundo Salim, vem sendo discutida desde o final do ano passado. “O processo de globalização do mercado exige isso”, argumentou, ao fazer um paralelo do que classifica de iniciativa “de modernização” com ações semelhantes ocorridas em Viena, na Áustria. Ele se referia à união da Confederação Internacional e Organizações Sindicais Livres (Ciosl) com a Confederação Mundial do Trabalho (CMT), que deu lugar à Confederação Internacional Mundial do Trabalho (CSI). O presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah – nome mais cotado para ocupar a direção da UGT –, informou que a CSI representa hoje 168 milhões de trabalhadores filiados a 306 organizações sindicais de 154 países.  "O que ocorre no Brasil hoje é um esfacelamento do movimento sindical e nossa intenção é criar uma base para lutar pelos excluídos e focar em questões que hoje, muitas vezes, não são percebidas no olhar sindical. Queremos quebrar essas barreiras”, disse. O diferencial, explicou Patah, está em ir além das discussões práticas que envolvem as relações entre patrões e empregados para “aqueles que hoje não têm voz” no mercado do trabalho. Ele defende que as lideranças da classe trabalhadora devem atuar também nas reivindicações de acesso a saneamento básico, de combate ao trabalho escravo e de questões ambientais, como impacto do aquecimento global e utilização racional da água