Alexandre Souza
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Associação dos Servidores doIbama(Asibama) promoveu na manhã de hoje, em Brasília, dois protestos que envolveram cerca de 250 pessoas. Oprimeiro ocorreu na entrada do Anexo 2 da Câmara dos Deputadospara convencer parlamentares a não aprovar a Medida Provisória (MP) 366 que cria o Instituto Chico Mendes deConservação da Biodiversidade.Do Anexo da Câmara,parte dos manifestantes foi à sede da Agência Nacionalde Águas (ANA), onde a ministra do Meio Ambiente, MarinaSilva, e os superintendentes estaduais do Ibama estavam reunidospara a apresentação das mudanças previstas naMP.Estámarcada para amanhã (4) uma assembléia dos servidores nasede do Ibama, em Brasília. Eles irão decidir seentram em greve por tempo indeterminado. O instituto tem ao todo 6,5 mil servidores. Opresidente nacional da Associação dos Servidores doIbama (Asibama), Jonas Correia, considera que asmudanças previstas pela MP 366 constituem “retrocesso” nagestão ambiental brasileira. Ele reclamou de falta de diálogoentre o governo e o instituto.“Esse éum projeto que não houve consulta à sociedade, aoparlamento, nem ao próprio Ibama. No nosso entendimento, quebra a unicidade da gestão ambiental. Ele éum retrocesso, porque o Ibama foi criado em 1989 por um apelo dopovo. A sociedade queria ver um órgão que tratasse omeio ambiente como um todo, não da forma fracionada como elesfizeram com essa medida provisória”, disse Correia.Ementrevista coletiva, ocorrida paralelamente à manifestaçãona Câmara, Marina Silva afirmou que a decisão de criar oInstituto Chico Mendes, que considera como o “quarto filho” doIbama, atende às necessidades do Brasil. A ministra afirmou que osservidores terão espaço para a discussão dasmudanças.“É claro, os servidores nesse momento têmdúvidas, demonstram insegurança. E é por issoque tanto o secretário executivo, João PauloCapobianco, na função de presidente do Instituto ChicoMendes, quanto o chefe de gabinete, Bazileu Alves Margarido Neto, nacondição de presidente do Ibama, estão abertospara o diálogo com a associação, a partir dosgerentes executivos e diretores, exatamente para que possamosfazê-los compreender que este processo foi pensado eamadurecido”, argumentou Marina Silva.De acordocom a MP 366, competirá ao Instituto Chico Mendes deConservação da Biodiversidade a gestão dasunidades de conservação e dos centros voltados àpesquisa. Para o Ibama, ficarão as tarefas de gerenciar olicenciamento ambiental, autorizar o uso de recursos naturais e opapel fiscalizador.