Petrobras estuda alternativas de combustível para usinas termelétricas

03/05/2007 - 20h12

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Petrobras está estudando alternativas de combustível para as usinas termelétricas no país, disse hoje o gerente-executivo de Operações e Participações em Energia da empresa, Fernando Cunha. "[Estamos] pensando em geração térmica a partir de outros insumos, como a geração térmica a partir do coque produzido nas nossas refinarias, do carvão, do GLP (gás liquefeito do petróleo, ou o gás de cozinha) e até o uso do etanol em turbinas hoje movidas a gás”, disse hoje Cunha, durante palestra na Câmara Britânica de Comércio.  Na avaliação do gerente-executivo, a energia proveniente das termelétricas é hoje uma realidade que chegou para ficar na matriz energética do país. “As termelétricas vieram para ficar, e é impossível hoje pensar em um Sistema Interligado Nacional (SIN), sem elas. Temos ousados projetos de termoeletricidade no país, e a Petrobras tem papel importante neste processo." Hoje, segundo Cunha, o Brasil tem capacidade de geração de 8 mil megawatts (MW) em termelétricas, dos quais 4 mil MW provêm de 13 unidades da Petrobras. O gerente diz que a capacidade de expansão da oferta de energia no país deverá ser acrescida de mais 105 mil MW, entre 2007 e 2030. Desse total, segundo ele, 30 mil MW serão gerados a partir das usinas AAtérmicas.A implementação das alternativas está em estágio avançado. Em agosto, a Petrobras testará o etanol como fonte de energia térmica na usina Barbosa Lima Sobrinho, na Baixada Fluminense. Sobre a inserção do GNL na geração de energia térmica, Cunha diz que a empresa estuda a construção de outras quatro unidades de regaseificação, além das que serão instaladas na Baia de Guanabara (RJ) e no Porto de Pecém (CE). As unidades adicionais ficariam em São Luiz (MA), Suape (PE), Aratu (BA) e São Francisco (SC).No caso do gás natural liquefeito (GNL), ainda há dificuldades de mercado, segundo o gerente. “É uma dificuldade que eu diria filosófica, por não termos uma demanda firme", afirmou ele, em referência ao fato de que o gás não seria utilizado de forma ininterrupta nas usinas. "A demanda é variável de acordo com a necessidade de despacho. Isto está criando dificuldades, na medida em que o mercado de GNL quer garantias e contratos firmes, que lhes garantam o fluxo de caixa."Das termelétricas previstas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para serem construídas no período entre 2007 e 2010, 57% serão alimentadas por combustíveis fósseis. O Brasil ainda enfrenta problemas com as indefinições sobre o abastecimento de gás boliviano.