Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Após a reunião semestral do diretório nacional, encerrada hoje (27), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) informou que pretende lutar contra alguns “mitos”, como a idéia de que “a Previdência é muito generosa”. Segundo o presidente da Central, Artur Henrique, "dizem que a nossa Previdência é muito generosa – temos 80% dos benefícios no Brasil correspondentes a um salário mínimo”. Ele lembrou outro "mito", o de que as aposentadorias no Brasil são por tempo de serviço. E rebateu: “Sessenta por cento das aposentadorias desse país são por idade e não por tempo de contribuição”. O dirigente explicou: “É muito difícil você encontrar hoje, na população brasileira, um trabalhador que consiga garantir os seus 35 anos de contribuição – ou 30 anos, no caso da mulher – antes de atingir o limite de idade estabelecido, que é de 65 anos para homens e de 60 anos para mulher”.Para Artur Henrique, é preciso parar de falar de despesas com a Previdência e começar a pensar nas receitas. “Ninguém fala, nesse país, dos R$ 200 bilhões que nós temos para receber de empresas que não pagam a Previdência Social", lembrou. E sugeriu que o governo poderia aumentar a arrecadação trazendo os trabalhadores para a formalização, o que melhoraria “o consumo das famílias, o comércio, a indústria e o crescimento do país”.Ele também propôs uma mudança na forma de as empresas cobrarem a Previdência Social, que é pela folha de pagamento: "Aqueles setores que empregam mais acabam prejudicados, a cobrança poderia ser sobre o faturamento da empresa". E criticou o reajuste de 3,30% dado pelo governo aos aposentados, com base no reajuste da inflação. “Reposição de perdas salariais numa economia com inflação controlada é o mínimo que qualquer categoria organizada está estabelecendo na negociação. Nós queremos discutir aumento real”, afirmou.