Marcos Agostinho
Da Agência Brasil
Brasília - A Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável das ComunidadesTradicionais foi oficialmente lançada hoje (27), apesar de ter sidocriada por decreto em fevereiro. O próximo passo do governo é criar um plano que coloque a política em prática. Representante de comunidades quilombolas, Josilane Brandão diz que a política nacional nãoresolve todas as questões ligadas à homologaçãode terras para essas populações.“Todas as discussõesnesse sentido estão restritas às terras quilombolas eaos índios, porém outras comunidades enfrentamproblemas muito graves ligados a questão da terra”, avalia a quilombola. Ela lembra que as comunidades tradicionais são guardiãesdos lugares belos desse país."O capitalismo representado peloagronegócio e as multinacionais estão agredindo essesterritórios. Lutamos incansavelmente durante muitos anospara sermos reconhecidos e agora cremos que tudo que estáno papel deve ser posto em prática.”Representante do Conselho Nacional de Seringueiros, Pedro Souza de Ramos considera a aprovaçãoda política nacional um primeiro passo em muitosque ainda precisam ser dados para um total reconhecimento dessascomunidades. “Sempre fomos excluídos das políticasde desenvolvimento macroeconômico desse país, semprefomos remetidos para além dessas políticas. Vejo que hoje temos umparceiro na tentativa da promoção social”, afirma Ramos.O seringueiro diz estarpreocupado com o impacto dos investimentos previstos no Programa deAceleração Continuada (PAC). “Qual énosso lugar no PAC? Como teremos acesso aos investimentos eminfra-estrutura previsto por esse programa? Nós somos decomunidades tradicionais e temos que conservar, mas queremos também ter acesso ànovas tecnologias.”