Rádios comunitárias ocupam emissora comercial gaúcha para ler manifesto

22/04/2007 - 14h27

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Um grupo de representantes daAssociação Brasileira de RadiodifusãoComunitária (Abraço) ocupou os estúdios da RádioSão Roque, localizada no município de Faxinal doSoturno, na região central do Rio Grande do Sul. O objetivo daação, realizada na última sexta-feira (20), foimanifestar-se contra a repressão às rádioscomunitárias no estado.No manifesto foi lido no ardurante o protesto, a Abraço afirmou que existe no estado umoligopólio sobre os meios de comunicação,exercido pelos grupos empresariais do setor. Eles denunciaram aexistência de 209 emissoras de rádio no Rio Grande doSul que atuam com outorga de funcionamento vencida.A RádioSão Roque foi escolhida para a manifestaçãoporque o dono da empresa, Roberto Cervo, é o atual presidenteda Associação Gaúcha de Emissoras de Rádioe Televisão (Agert). “As rádios comunitáriasestão unidas e pedem o apoio da população nanossa luta por uma comunicação livre e comprometida comas necessidades da nossa gente”, afirma o documento dosmanifestantes.Em nota publicada no site da Agert, a entidademanifestou seu repúdio os atos promovidos contra a rádioSão Roque. O documento é assinado pelo presidente emexercício da Agert, Pedro Ricardo Germano e pelo presidente doSindicato das Empresas de Rádio e Televisão do RioGrande do Sul (Sindirádio), Ary Cauduro dos Santos. As duasentidades afirmam que jamais negarão solidariedade a qualquerde suas filiadas e manterão vivos os seus princípios deintegração do rádio em defesa da democracia,liberdade de pensamento, de informação e deprogramação.“A Agert e o Sindirádiodefenderão intransigentemente os direitos de concessionáriose permissionários dos serviços de radiodifusão,bem como o livre exercício de suas atividades, asseguradopelas normas constitucionais brasileiras”, diz a nota. As duasentidades afirmam que os manifestantes impediram que trabalhadoresdeixassem o local e assumiram o controle das transmissões.Entreas reivindicações apresentadas pela Abraço estãoo fim da repressão às rádios comunitárias,a construção de uma nova legislação paraas rádios comunitárias e um novo marco regulatóriopara a comunicação e a implantação desistemas brasileiros de televisão e rádios digitais.