MST diz a Lula que nos últimos anos “pouco ou nada foi feito pela reforma agrária”

17/04/2007 - 18h30

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A direçãodo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) entregou aopresidente Luiz Inácio Lula da Silva uma carta em que cobrauma série de reivindicações ligadas àsquestões agrárias. O documento foi protocolado noPalácio do Planalto e pede, também, uma audiênciacom o presidente.A nota do MSTreivindica medidas mais eficazes, que acelerem o processo de reformaagrária no Brasil. No documento, a direção doMST alega que nos últimos anos "pouco ou nada foi feitopara uma verdadeira reforma agrária" no país."Esperamos que opresidente possa abrir a agenda dele para discutir conosco os pontospolíticos estratégicos da reforma agrária nopaís. Há mais de um ano o presidente está dandosinais de que vai receber o Movimento Sem-Terra para conversar eainda não o fez. Então, achamos que uma das formas depressionar o governo é nos mobilizando", disse Marina dosSantos, da coordenação nacional do MST, em entrevista àimprensa.Trabalhadores ruraiscobram, também, entre outras coisas, maior liberaçãode crédito para a reforma agrária. O movimento afirmaque faz um pedido semelhante ao que foi atendido aosagroexportadores. Segundo a nota, o agronegócio recebe"vultuosos" investimentos em crédito dos bancospúblicos e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômicoe Social (BNDES).No documento, o MSTlista uma série de reivindicações para o setorrural. Entre elas, a agilização da desapropriaçãode fazendas improdutivas; a atualização da portaria quemede a produtividade das fazendas, que ainda se baseia em dados de1975; a organização de um novo modelo de assentamento;e a implantação de um programa nacional dereflorestamento nos lotes da reforma agrária e nas comunidadescamponesas.Pede ainda a criaçãode um novo formato institucional para viabilizar a assistênciatécnica e extensão rural pública nosassentamentos e a vinculação direta do InstitutoNacional de Colonização e Reforma Agrária(Incra) à Presidência da Republica.O MST faz o pedidoexatamente 11 anos após o Massacre de Eldorado dos Carajás,no Pará. Na ocasião, 19 trabalhadores rurais ligados aoMST foram assassinados pela Polícia Militar.