Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - OMovimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) confirmou aocupação, na manhã de hoje (17), de 25 das 27praças de pedágio no Paraná, como parte dasmanifestações da Jornada de Lutas pela Reforma Agrária,que se realiza em todo o país.Osmanifestantes também denunciam aimpunidade dos responsáveis pelo Massacre de Eldorado deCarajás, que ainda não foram condenados peloassassinato de 19 trabalhadores rurais sem terra no dia 17 de abrilde 1996. Segundo a assessoria de imprensa do movimento emCuritiba, cerca de 3 mil trabalhadores participam das ocupações.Deacordo com a Associação Brasileira deConcessionárias de Rodovias, apenas; aspraças de Jaguariaiva, administrada pela Rodonorte e a deImbituva, da Caminhos do Norte estão funcionandonormalmente. Em todas as outras as cancelas estãoabertas e a passagem de veículos égratuita. Estão com ascancelas liberadas as seis praças da empresa Viapar, naregião de Maringá (Noroeste), uma praça depedágio da Econorte, na região de Jacarezinho (NortePioneiro), três da Caminhos do Paraná (Relógio,Irati e Lapa), duas da Rodovia das Cataratas (em Cascavel e CéuAzul), uma da Rodonorte, em Witmansur onde estão 200manifestantes e a praça da Ecovia, na BR-277, que dáacesso ao litoral, que foi a primeira a ser invadida.Oclima é de tranqüilidade e a ABCR avalia o movimento doMST como pacífico até agora. Em cada praçaestão em torno de 60 a 80 manifestantes. A PolíciaRodoviária Federal acompanha as manifestações.A orientação da ABCR a seus funcionários épara que não reajam a provocações.NoParaná, o MST exige também o assentamento de 8 milfamílias que estão acampadas em estradas e emlatifúndios considerados improdutivos pelo movimento.Denuncia, ainda, os efeitos negativos do agronegócio para apequena agricultura e o meio ambiente e a privatizaçãodas rodovias com altas tarifas de pedágios.Segundo o MST,pesquisa do Fórum Social Popular Contra o Pedágio no Paranámostra que 93% dos paranaenses são contra a cobrançade pedágio.Paraexplicar a sociedade os objetivos da Jornada, o MST estádistribuindo um documento intitulado "Por que estamosmobilizados em todo Brasil?", com 10 pontos de reivindicações.A primeira reivindicação é que se agilize a desapropriaçãode fazendas improdutivas, priorizando algumas regiões em cadaestado, de preferência próximas a centros consumidores,para facilitar acesso ao mercado e o desenvolvimento da produçãode alimentos.