Embaraços dificultam negociação com responsáveis por superar a crise aérea, diz sindicalista

10/04/2007 - 22h17

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O diretor-regional do Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção ao Vôo (SNTPV), Francisco José da Silva Cardoso, admitiu que há “embaraços” que dificultam o diálogo entre controladores de vôo e os setores responsáveis por negociar uma solução para a crise que há seis meses atinge o setor aéreo. As dificuldades, segundo ele, atingem principalmente os profissionais sujeitos ao regime militar.

“Existe sim [embaraços], porque quem tem se manifestado sobre os problemas, de certa forma, são os controladores civis, que não têm esse embaraço. Os controladores militares têm de se ater à rotina militar, mesmo quando se trata da associação, para que não haja confusão sobre quem está falando, um militar ou o representante da associação”, disse Cardoso, após deixar a sede da Ordem dos Advogados (OAB).

Hoje (10), o SNTPV e a Associação Brasileira dos Controladores de Tráfego Aéreo (ABCTA) pediram o apoio da OAB às negociações da categoria com o governo.

“A OAB é um setor importante da sociedade civil organizada que pode fortalecer bastante o encaminhamento de soluções. Sempre que o diálogo direto com qualquer organismo governamental se tornar difícil, a OAB agirá como porta-voz”, explicou Cardoso.

Questionado se haveria novas paralisações - como a do dia 30 de março, quando os controladores cruzaram os braços e impediram as decolagens de aviões nos aeroportos brasileiros - Cardoso respondeu que isso não depende apenas da categoria.

“Só Deus sabe. No que depender de nós, não haverá próxima paralisação. Mas há fatores técnicos, panes, todos esses problemas que vêm ocorrendo há muito tempo e que não têm sido solucionados”.