Protesto contra Emenda 3 atrasa abertura de bancos no centro do Rio

10/04/2007 - 0h50

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As manifestações contra a possibilidade de o Congresso Nacional derrubar o veto presidencial à Emenda 3 da lei que criou a Super Receita atrasaram em uma hora a abertura de cerca de 40 agências bancárias localizadas na Avenida Rio Branco, no centro da capital carioca. O protesto, que reuniu dezenas de entidades lideradas pela Coordenação dos Movimentos Sociais, incluiu além da mobilização dos bancários, a distribuição de panfletos nas ruas do centro.Segundo o coordenador regional da CUT, Marcelo Azevedo, a luta em favor do veto é necessária, pois a Emenda 3 representa várias ameaças aos direitos dos trabalhadores conquistados nos 100 anos no país. “Primeiro ela tira o poder de fiscalização dos fiscais do trabalho. Com a aprovação dessa lei os fiscais não poderão voltar às empresas, os trabalhadores terão que ir direto à justiça reclamar os seus direitos, o que na prática não acontece, porque se fizerem isso serão demitidos. Ou seja, fica totalmente livre para haver todo tipo de exploração, inclusive, o trabalho escravo”, explica. Azevedo também destacou outros prejuízos gerados caso a Emenda 3 entre em vigor. “A emenda normatiza a figura do trabalhador-empresa, ele passa a assinar como um firma individual, e com isso ele fica sem 13º, sem férias, sem vale transporte, sem qualquer direito trabalhista, porque ele é tratado como numa relação de empresa-empresa. Isso pode destruir uma relação trabalhista de mais de 100 anos, é um grande risco para os trabalhadores.”Os protestos contra a Emenda 3 no Rio, continuam durante a tarde com panfletagem na Central do Brasil.