Oposição sai otimista de encontro com procurador da República

10/04/2007 - 14h13

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os líderes dos partidos de oposição saíram otimistas da reunião hoje (10) com o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, para pedir agilidade na análise do mandado de segurança que determina a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo. Segundo o líder do Democratas, deputado Onyx Lorenzoni (RS), até a próxima segunda-feira (16) o parecer do procurador sobre o assunto será devolvido ao relator do mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Melo.Lorenzoni disse que o procurador deve acatar decisão do ministro Celso de Melo, favorável à criação da CPI. "Ele (procurador) nos disse, de maneira muito clara, que esta é uma matéria pacífica. É direito de minoria e cabe ao poder Judiciário tutelar esse direito e garantir que ele seja cumprido. Saímos daqui otimistas", declarou.O mandado de segurança protocolado pela oposição no STF recebeu parecer favorável e foi encaminhado ontem (9) para o procurador-geral da República, que tem prazo de cinco dias para analisar o documento. Após a devolução, caberá ao ministro Celso de Melo pedir a inclusão da matéria na pauta do plenário do STF. "Depois iremos buscar o STF para pedir quea matéria seja colocada em pauta", informou Onyx. A oposição também avalia a possibilidade de o Senado Federal criar uma CPI sobre o mesmo assunto. Segundo Lorenzoni, essa decisão, caso se concretize, irá reforçar a luta da oposição em favor da CPI na Câmara. "A decisão em nada atrapalharia a nossa luta no STF e no Parlamento pela instalação da CPI na Câmara. Não temos nenhuma disputa de espaço nem de beleza com o Senado. Vemos essa atitude como uma tomada de decisão diante de um fato que afeta todos os brasileiros", disse.Para o líder do PSDB, deputado Antônio Carlos Pannunzio (SP), a eventual instalação de uma CPI do Apagão Aéreo no Senado não significa abrir mão da instalação da mesma CPI na Câmara. "Não vejo nenhuma lógica de que venhamos a desistir da CPI eventualmente por uma facilidade maior em se instalar uma CPI exclusivamente no Senado", disse o deputado. E descartou a criação de uma CPI Mista. "Seria difícil, uma vez que a base governista dificilmente nos concederia 171 assinaturas neste momento", avaliou.Para a criação de uma CPI Mista são necessárias as assinaturas de um terço dos parlamentares de cada Casa: 171 na Câmara e 27 no Senado.