Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aceitou o pedido feito pela Associação Brasileira dos Controladores de Tráfego Aéreo (ABCTA) e vai atuar como mediadora nas negociações entre os controladores de vôos e o governo.
A decisão foi divulgada hoje (10), após o presidente da OAB, Cezar Britto, se reunir com o presidente da entidade, Wellington Rodrigues, e com o diretor-regional do Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção ao Vôo (SNTPV), Francisco José da Silva Cardoso.
Segundo Britto, a OAB vai atuar de acordo com o que foi solicitado pela associação. “Vamos buscar abrir canais de negociação. Foi colocado que não há certeza de que a negociação vai continuar. Está se esperando o aceno do governo para a negociação, e os controladores procuraram mais uma entidade que reforce a necessidade dessa negociação”.
Ele expluicou que, embora não possa interferir no Inquérito Policial Militar instaurado a pedido do Ministério Público Militar no último dia 2, a OAB pode indicar um advogado para acompanhar o profissional designado pela ABCTA para defender os controladores.
“Temos uma crise séria no sistema aéreo que tem de ser resolvida. Não é uma crise militar, mas de gerenciamento. Assim, ela pode ser resolvida se houver boa vontade na negociação”, disse, acrescentando que o acompanhamento por um observador indicado pela OAB tornará o processo mais transparente. “Isso será um sinal claro de que o inquérito não será utilizado com fins políticos nem com fim de ameaçar ninguém”.
Britto salientou que a OAB não vai atuar como parte, defendendo diretamente os controladores, mas como representante da sociedade civil. “A proposta é que participemos da negociação conversando com os interlocutores do governo, com o Ministério Público, procurando saber quem pode ter uma solução definitiva”.
Ele não afastou, inclusive, a possibilidade de procurar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Se for preciso, conversaremos também com o presidente Lula. Esse é um problema que atinge a Nação e temos de procurar todas as pessoas que são responsáveis para resolver a crise”.
Segundo o presidente da OAB, a entidade não necessita de autorização para atuar “Claro que como a nossa intenção é a de facilitar a negociação buscando consenso, pelo bom relacionamento que temos, vamos conversar com o Comando da Aeronáutica para que a intermediação se faça de forma aceitável para todos”.