Carolina Pimentel e Aloisio Milani
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, informou que levará a outros ministérios e representantes do governo os pareceres técnicos de sua pasta que são contra a possibilidade de renogociação da dívida de produtores agrícolas com recursos do Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT), que financia atualmente, entre outras coisas, o seguro-desemprego e abono salarial. O governo ainda não confirmou se adotará a medida."Eu já tenho um parecer de toda a equipe técnica do ministério, contrário. Levarei esse parecer para dentro das relações de governo, outros ministérios que têm de opinar sobre isso. Vamos discutir esse assunto com profundidade", afirmou após participar de encontro com os prefeitos em Brasília.Caso a proposta avance, a liberação dos recuros precisa passar pelo Conselho do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), que gerencia os recursos do fundo, ligado ao Ministério do Trabalho. O fundo é composto por contribuições do Programa de Integração Social (PIS) e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep).Ontem (10), duas centrais sindicais, Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical, questionaram a proposta divulgada pela imprensa. A Força Sindical, por exemplo, classificou a proposta de um "absurdo". "Estamos preocupados com as estranhas tentativas de utilização dos recursos oriundos dos trabalhadores, no caso do FAT, em situações diametralmente opostas aos interesses do mundo do trabalho", registrou em nota oficial.A CUT também repudiou a possibilidade, enfatizando que o assunto não foi debatido no Codefat. "Se fosse, seria imediatamente repelido. Caso o agronegócio deseje ter um fundo de amparo, que crie o FAA (Fundo de Amparo ao Agronegócio) e para ele contribua periodicamente, como os trabalhadores o fazem para o FAT", critica.