Flávia Martin
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Familiares de vítimas da violência fizeram uma manifestação no final da tarde de hoje (9) no Centro do Rio. Cerca de 300 pessoas se reuniram em frente à Igreja da Candelária e depois seguiram em passeata até à Cinelândia. Os manifestantes se dividiram quanto à declaração que governador Sérgio Cabral, feita ontem (9), de que pedirá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a presença das Forças Armadas no policiamento das ruas do Rio de Janeiro. Elson Vieites, pai do menino João Hélio, de seis anos, morto em fevereiro deste ano, acredita que a medida é válida no combate à violência. “Acho favorável pedir o apoio das Forças Armadas. Quanto aos comentários do ministro da Justiça, Tarso Genro [que declarou ser contrário à idéia], achei negativo, pois se a Constituição precisa ser cumprida quando diz que as Forças Armadas só atuam em estado de emergência, ela também precisa ser cumprida para garantir os direitos do cidadão”.O jornalista Lênin Novaes, pai de Vladimir Novaes, morto em março por uma bala perdida, na zona norte da cidade, não acredita que a presença das Forças Armadas nas ruas seria a solução para o problema da violência no Rio. Lênin também discordou da possibilidade de armar a Guarda Municipal, outra proposta de Sérgio Cabral. “Isso não resolve a questão. Armar a Guarda Municipal é uma aberração, é um absurdo. Temos que preparar a polícia para ela se tornar inteligente, investigativa, e não usar a arma em si para resolver o nosso problema”.A intenção dos manifestantes é, a partir dos protestos de hoje, formar um grupo nacional para encaminhar aos deputados federais pedidos de modificações na legislação penal, além de maiores investimentos em saúde e educação, como forma de prevenir a violência.Os manifestantes caminharam pela Avenida Rio Branco até a Cinelândia, carregando cartazes com fotos de vítimas da violência no estado. Manifestações semelhantes foram programadas para ocorrer, simultaneamente, nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Goiás e Sergipe.