Inmetro desenvolve programa para certificação de biocombustíveis

09/04/2007 - 10h58

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Instituto Nacionalde Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial(Inmetro), órgão vinculado ao Ministério doDesenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, promoveneste mês a primeira etapa de implementação doPrograma Brasileiro de Certificação de Biocombustíveis,com a realização de um painel setorial.Em entrevista à Agência Brasil,o presidente do Inmetro, João Jornada, revelou que o debateenvolverá os principais atores externos ao programa, entre osquais os produtores de cana-de-açúcar e debiocombustíveis, com destaque para o etanol, além derepresentantes da Associação Brasileira de NormasTécnicas (organismo nacional de normalização),da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural eBiocombustíveis(ANP), e dos Ministérios doDesenvolvimento, Agricultura, Ciência e Tecnologia, Minas eEnergia e Relações Exteriores. “Vamos discutir com todos esses atores e algumaspessoas importantes do exterior as principais  característicasdo programa com relação a pontos específicospara valorizar a nossa certificação”, informouJornada. A expectativa é de que o debate se realize naterceira semana deste mês, com previsão de que asprimeiras produtoras de biocombustíveis comecem a sercertificadas antes do final do ano.Jornada enfatizou que o programa pode servirtambém como instrumento para evitar barreiras aosbiocombustíveis fabricados no Brasil. “Essa é agrande motivação do programa, porque nós estamospercebendo que existe pressão muito grande, nos paísesdesenvolvidos, por parte de grupos com preocupaçãoecológica e de direitos humanos. Mas existem grupos que têminteresses antagônicos. Então, misturam tudo e utilizamqualquer oportunidade para travar a entrada de biocombustíveisna matriz energética maior do mundo”, explicou o presidentedo Inmetro.Ele disse que o objetivo do Inmetro éresponder às alegações que já estãosendo feitas de que os biocombustíveis vão promoveragressão ecológica e violação aosdireitos humanos e do trabalhador, com estrutura formal quedemonstre que isso não é verdade. “Porque, muitasvezes, eles podem pinçar um caso episódico que ocorreem um ponto obscuro do país ou de outra naçãoe usar como um cavalo de batalha. Mas não é uma coisarepresentativa”, avaliou.Após a realização do painel,o Inmetro fará um regulamento de avaliação deconformidade, que é uma espécie de mapa de como seavaliar a conformidade de um produto, no caso, os biocombustíveis,começando pelo etanol,  área em que o Brasil estámais preparado e é mais competitivo, salientou Jornada.