Projeto treina cuidadoras de idosos em comunidades de baixa renda do Rio

20/02/2007 - 8h34

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Cerca de 300 mulheres de dez comunidades de baixa renda do Rio de Janeiro estão sendo treinada pela organização não-governamental (ONG) Serviço de Assistência Social Pentecostal (Sasp) para cuidar de idosos. O treinamento, dado nas próprias comunidades onde vivem as futuras cuidadoras, dá continuidade ao Projeto Social Valorização da Terceira Idade. As 300 participantes do treinamento têm de 18 a 59 anos. Nesta edição, o número de selecionadas por comunidade passou de 20 para 30. O projeto, que está no segundo ano de realização, já capacitou 800 cuidadoras de idosos.Segundo o coordenador do projeto, Renato Veras, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o projeto é interessante, porque treina e qualifica pessoas e cria mercado de trabalho para elas em comunidades mais carentes. Além disso, "presta um serviço importante, permitindo que essas pessoas amparem e cuidem de idosos na própria comunidade onde residem e, até mesmo, que conseguir emprego em clínicas e locais onde haja grande número de idosos”, afirmou.Veras informou que o trabalho tem patrocínio da Petrobras, que concede bolsas de até R$ 200 por pessoa, para que os participantes possam fazer os cursos, cuja duração é de seis meses. Os professores são estudantes do 6º ano de Medicina da Uerj, já considerados médicos clínicos práticos, com treinamento e qualificação pela Universidade Aberta da Terceira Idade (UnAti).De acordo com Veras, dessa forma, a empresa proporciona "uma oportunidade única  de qualificar as pessoas, oferecer serviços de excelência e suprir uma grande  carência hoje em dia, que é o cuidado qualificado da pessoa de mais idade”. Veras disse que, no passado, a Petrobras ganhou prêmio por esse projeto, considerado muito relevante na área social.Ele ressaltou que, até pouco tempo atrás, o idoso no Brasil era abandonado e relegado a segundo e terceiro planos, ficava sozinho em casa ou era deixado em asilos. “Hoje, através de uma metodologia apropriada para pessoas que não são profissionais de saúde, elas [cuidadoras] têm total capacidade de lidar, conviver e trabalhar com os de mais idade”, afirmou.Veras, que também é diretor da UnAti, disse que seu fascínio pelo projeto deriva da própria simplicidade da iniciativa, que é barata e tem excelente resultado. Além disso, o projeto Valorização da Terceira Idade incentiva as pessoas capacitadas a se organizarem posteriormente em cooperativas para desfrutar de forma mais estruturada desse mercado, que é novo e se mostra em ascensão, acrescentou o professor. Nessa fase, o projeto tem apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio de Janeiro (Sebrae/RJ). “A UnAti entra com  a formação de recursos humanos, a qualificação, acompanhamento, treinamento e seleção. Após a diplomação, ao final de seis meses, entra o Sebrae para organizar, a fim de que as pessoas tenham  melhores chances nesse mercado de trabalho”, informou. O treinamento é realizado duas vezes por ano.