Professor defende integração com a Bolívia por meio do Rio Madeira

20/02/2007 - 12h50

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O professor da Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Luiz Pinguelli Rosa, defendeu hoje (20) a possibilidade de se fazer a integração com a Bolívia por meio do Rio Madeira, em Rondônia. No estado deverão ser construídas as usinas hidrelétricas de Jirau e de Santo Antonio. Pinguelli Rosa contestou as críticas a essa integração e considerou normal que o Rio Madeira possa ser utilizado como via de escoamento de produtos da Bolívia em direção ao Oceano Atlântico.“Não vejo nada de mais. Quando a globalização é com os americanos, para o Brasil perder muito dinheiro e os americanos ganharem muito, eles gostam. Quando a integração é com a Bolívia, eles são contra. Que integração é essa que só pode ser com os poderosos e não com os mais fracos? Eu não entendo”, disse.O ex-presidente da Eletrobrás lembrou, entretanto, que no momento essa idéia está descartada, uma vez que a construção de eclusas foi excluída do projeto, “por pressão de ambientalistas, com medo de, com isso, aumentar o desmatamento”.Pingueli Rosa lembrou, no entanto, que “você não deixa de andar de avião porque avião cai, nem deixa de sair de casa porque, às vezes, há bandidos na rua”.  Na opinião dele, as pessoas podem ser contra o desmatamento, mas devem se posicionar sempre a favor da navegabilidade, "porque a navegabilidade é integração humana e a navegação é um meio de transporte muito melhor que o rodoviário". Ele acrescentou que "ser contra a navegação, para mim, é um atraso – ainda mais ser contra a integração do Brasil com a Bolívia”.