Para gerente de mineradora, nova tecnologia reduzirá importações de cobre

20/02/2007 - 12h10

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O processo de biolixiviação na extração do cobre, que vem sendo desenvolvido pelo Centro de Tecnologia Mineral (Cetem) na Mineração Caraíba, com sede na Bahia, vai chegar à etapa industrial isento da emissão de gases poluentes na atmosfera. A afirmação é do gerente de Tecnologia da Caraíba, Paulo Medeiros.Segundo ele, além de diminuir o impacto ambiental, a nova tecnologia desenvolvida pelo Cetem (centro de pesquisas ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia), contribui para a redução de gastos. Ele informou que o processo tradicional, de queima de sulfetos de cobre (pirometalúrgico), gasta entre US$ 4 mil e US$ 6 mil por tonelada por ano em termos de metal que se quer produzir.“O processo bio-hidrometalúrgico vai gastar algo em torno de US$ 1,6 mil por tonelada por ano. Então, você vê que é muito menos da metade. Esse valor engloba todos os investimentos que você tem que fazer para se construir uma planta de beneficiamento. A quantidade de recursos que se gasta é bem menor”, explicou Medeiros. Ele disse que, também no que se refere ao custo operacional, a economia é de 50%.De acordo com Medeiros, a Mineração Caraíba  produz no interior  da Bahia um concentrado de cobre que contém 34% deste metal. O produto é vendido para a Caraíba Metais, localizada em Salvador, onde funciona a parte de metalurgia do grupo industrial. O consumo mundial de cobre é de cerca de 16 milhões de toneladas anuais. O Brasil consome cerca de 300 mil toneladas por ano. Segundo Medeiros, a produção no Brasil  é de 25 mil toneladas. As três empresas produtoras não atingem sequer  50% do consumo nacional. É preciso importar cerca de 50% do que o país gasta de cobre, acrescentou.Medeiros acredita que a nova tecnologia poderá resultar, futuramente, na redução de importações de cobre pelas três empresas produtoras nacionais. “Qualquer coisa que se faça no sentido de aumentar a produção ou reduzir custo tem impacto na balança comercial, porque deixa-se de jogar dólares para fora do país”, afirmou. Com o novo processo, cujos  custos operacionais são mais baixos e os investimentos, reduzidos, pequenos projetos que hoje estão parados podem se viabilizar, e a diminuição das importações será um reflexo disso, acrescentou.