Cleide Lopes
Repórter da Voz do Brasil
Brasília - Nos feriados prolongados, como o do carnaval, o desafio para os hemocentros é manter os estoques de sangue necessários para atender a demanda do período, em que praticamente dobra o número de acidentes nas ruas e estradas de todo o país. Hoje, calcula-se que 1,7% da população brasileira (estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE - em cerca de 186 milhões de habitantes) doe sangue.Apesar de esse número já permitir que os serviços de hemoterapiafuncionem com relativa tranqüilidade, o Ministério da Saúde queraumentar o volume de doadores, para chegar a 3% da população até o final deste ano, nível recomendado pelaOrganização Mundial da Saúde (OMS). Com tal número de doadores, garante-se a manutenção dosestoques reguladores de sangue.Segundo a diretora daFundação Hemocentro de Brasília, Maria de Fátima Portela, qualquer pessoa que tenha boasaúde pode se candidatar a ser um doador. É preciso ter de 18 a 65anos de idade, como prevê a legislação brasileira, peso superior a 50quilos e não apresentar risco de ser portador de doença infecto-contagiosa, transmissível pelo sangue. Maria de Fátima citou como exemplos a hepatite (B e C), a doença de Chagas e a sífilis. "Ele [candidato a doador] deve estar isentodessas doenças. Ele passa por uma avaliação médica e, se estiverapto, é liberado para doar sangue", explicou Maria de Fátima. "As pessoas que trabalham comserviços pesados devem evitar fazer esforços no dia da doação, mas, de maneira geral, qualquer pessoa que preencha esses critérios e sejasaudável pode doar sangue’’, enfatizou.Existem atualmente no Brasil quase2.500 serviços de hemoterapia. Desses, dois mil realizam transfusão desangue. Ao todo, 500 coletam sangue e 250 fazem triagem laboratorialpara verificar a qualidade do sangue. Oitenta por cento de todo o sangue coletado no país vêm das capitais.